terça-feira, 23 de outubro de 2012



"NÓS NÃO NOS SENTIMOS LIVRES, MESMO DENTRO DA NOSSA CASA"

Uma mãe de 32 anos de idade mora em uma cidade do Iraque, onde ela, o marido e os dois filhos são, praticamente, a última família cristã da região. Por razões de segurança e, de acordo com o desejo dos envolvidos, seus nomes e o nome da cidade não serão mencionados. Abaixo, conheça a história de vida desses irmãos, fortaleça sua fé e engaje-se na intercessão em favor dos cristãos perseguidos.



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Quando o colaborador da Portas Abertas a encontrou no Curdistão, a mulher compartilhou um pouco de sua história. Ela estava muito feliz em falar com alguém em quem pudesse confiar. Onde moram, ela e sua família se sentem muito isolados dos demais cristãos. Há uma necessidade latente de falarem com alguém, expressarem seus sentimentos. Esta senhora trabalha em uma grande instituição educacional em que todos os seus colegas são muçulmanos. Ela é a única cristã no lugar, portanto, tem que cobrir seu cabelo com um véu e usar roupas conservadoras, com mangas compridas, e saia longa.

"Eu ainda mantenho meu emprego por causa desse véu", disse ela. "Eles acreditam que eu sou muçulmana, por isso mudaram meu contrato de temporário para permanente." Um dia seu chefe descobriu que, na realidade, ela é cristã, porque ela pediu licença para o Natal. Ele disse aos outros funcionários: "Por que eu não sabia disso?" Mas, felizmente, isso a ajudou a permanecer em seu trabalho. Se ele soubesse antes, esse fator a teria prejudicado.


"Eu não tenho vida social aqui", disse ela. "Meus dias são divididos entre o trabalho e minha casa. Nós, como família, não nos sentimos livres, mesmo dentro da nossa casa. Por exemplo, sempre que escutamos músicas cristãs na TV, temos que manter o volume bem baixo, com medo dos vizinhos ao nosso redor."

Seu filho de oito anos sofre na escola por ser cristão e, inclusive, já foi gravemente agredido. "Isso aconteceu quando um estudante muçulmano pediu que seu primo batesse nele, ameaçando: ‘Nós não queremos cristãos em nossa escola’. Além disso, apesar de ser um dos melhores alunos de sua turma, a escola não publica sua imagem ao lado dos demais estudantes de destaque”, contou. 

A mãe também comentou sobre a obrigatoriedade de aulas islâmicas na escola. O professor afirmou que seu filho deveria participar das lições, embora soubesse que ele é cristão. "Eu pedi ao professor para que dispensasse meu filho da classe, porque ele não deveria ser obrigado a ter essa aula. Alertei meu menino para que não discutisse religião lá, já que ele é ainda uma criança. Nós estamos com medo que ele diga algo que nos cause mais problemas."

O pai da família não se sente feliz com tudo o que eles têm de passar ali. "Ele quer ficar longe desta cidade o mais rápido possível. Nós tentamos conversar com algumas pessoas para nos ajudar, mas ninguém nos apoiou. Meu marido foi a uma cidade perigosa, pedir na universidade se poderiam empregá-lo lá”. Segundo a mulher, o pai alegou que precisava de ajuda porque a família poderia ser morta se permanecesse onde estão.  O responsável, que é muçulmano respondeu de maneira indiferente: “Não!"

O casal está muito decepcionado. "Nós só queríamos ir embora, nosso desejo era que nossa filha de três anos crescesse aqui. Porém, não é seguro e nós não podemos deixar nossos filhos vivendo neste ambiente hostil”, disse a mulher.

A conversa se deu em um grande encontro de cristãos organizado com a ajuda da Portas Abertas. "Estamos muito felizes em participar. Nossos filhos estão passando por bons momentos aqui, misturando-se com outras crianças cristãs e fazendo atividades juntos. Eles choram todas as vezes que precisamos ir embora ou quando as atividades terminam. Eles têm medo de que os levemos de volta para a cidade, onde eles não podem brincar, nem se misturar com os outros”.

"É muito bom estar com outros cristãos", concluiu a mãe. "Nós precisamos disso. É maravilhoso termos a liberdade para orar e cantar alto a Deus, junto com tantos outros irmãos. É uma benção!", comemorou.
Fonte: Portas Abertas Internacional
Tradução; Ana Luíza Vastag

Fonte: http://www.portasabertas.org.br/