sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O ABRAÇO



O ABRAÇO




Faz a gente se sentir bem

Acaba com a solidão

Faz a gente superar o medo

Abre passagens para os sentimentos.

Constrói a autoestima (“Uau! ela quer mesmo me abraçar!”).





Estimula o altruísmo (“Não posso acreditar, mas realmente estou querendo dar um abraço...”).

Retarda o envelhecimento. Pessoas que gostam de abraço permanecem mas jovens por mais tempo.

Ajuda a controlar o apetite. Comemos menos quando estamos bem alimentados com abraços – e quando nosso braços estão ocupados, enlaçados em volta de outros.





O ABRAÇO TAMBÉM



Alivia a tensão

Combate a insônia

Mantém em forma os músculos dos braços e dos ombros

Dá oportunidade para exercícios de alongamento, se você é baixo.

Propicia exercícios de flexão, se você é alto.




Oferece uma alternativa saudável à promiscuidade

Oferece uma alternativa sadia e segura para o álcool e para as drogas (é melhor abraços do que drogas!)






Afirma a nossa natureza física

É democrático; todo o mundo tem direito a um abraço.

                                                                      Keating (1987)












                              Do Livro: O AFETO ALIMENTA

                                             Autor:    Psicólogo e PR. Paulo Cesar Pereira




terça-feira, 26 de novembro de 2013

SEU TIPO DE PERSONALIDADE PREDISPÕE VOCÊ AO ESTRESSE?


Seu Modo de Ser Muda a Forma como Você Lida com a tensão e Pode Manifestá-la




O estresse é algo comum e inseparável do nosso dia a dia. "Hoje a tensão faz parte do nosso cotidiano, mas isso não significa que ela precisa ser algo ruim", considera o psicólogo clínico Fernando Elias José, mestre em Cognição Humana pela PUC-RS. O estresse pode ser positivo, e o problema, na verdade, não está na tensão em si, mas na forma como lidamos com ela. 
Mas, nesse aspecto a personalidade é um fator muito importante na hora de reagir ao estresse. "Dependendo das suas características você leva com mais facilidade as questões da sua vida ou não, elas podem ser mais leves ou mais pesadas de acordo com seu jeito de funcionar", define a psicóloga Marina Vasconcellos, terapeuta familiar e de casais. Levando isso em conta, estudiosos norte-americanos vêm traçando alguns perfis e de que forma cada um deles lida com situações estressantes. É uma teoria, mas pode ajudar as pessoas a buscarem pelo autoconhecimento. 
Eles não são diagnósticos definitivos, na verdade o comum é que cada pessoa apresente características deles de forma misturada e única, afinal não existem duas pessoas iguais. De qualquer forma, vale a pena conhecer as principais características de todos eles, e ver onde você se encaixa! Por isso, listamos esses tipos de personalidade a seguir, e conversamos com especialistas para saber como cada uma delas pode reagir a um problema, e quais são as soluções. 

Personalidade tipo A: explosivos e inseguros

Pessoas agressivas e explosivas tendem a demonstrar mais o estresse
Na década de 1950 dois cardiologistas norte-americanos traçaram os perfis A e B de personalidade. O primeiro consistia em pessoas mais nervosas, explosivas, ambiciosas e inseguras. Os dois estudiosos notaram que quem se encaixava nesse perfil tinha uma chance muito maior de ter doenças cardiovasculares. Porém, a classificação mais tarde foi utilizada no campo da psicologia, para determinar tipos de personalidade propensas à tensão. 
Esse perfil engloba, basicamente, pessoas que sempre correm contra o tempo, acumulam tarefas, têm uma atitude competitiva, usam palavras fortes, gostam de influenciar os outros e podem ser agressivos e hostis. Ter um desses traços já pode indicar essa personalidade. E tudo isso está ligado à baixaautoestima, gerando uma combinação explosiva. "Os indivíduos padrão tipo A possuem uma autoexigência muito elevada, o que pode ser uma fonte interna de estresse importante, visto que comparam o seu desempenho sempre com o ideal e não com a média", explica a psicóloga Carolina Michaella, do Instituto de Psicologia e Controle do Estresse (IPCS). Além disso, a falta de tempo e acúmulo de tarefas são fatores que podem muito bem gerar situações estressantes. 
Mas é importante ressaltar também que essas pessoas também demonstram mais a tensão que sentem. "A própria explosão das pessoas agressivas já é uma forma de mostrar que tudo esta fora do equilíbrio, o desgaste emocional é como se fosse uma faísca e tudo pega fogo imediatamente", descreve a psicóloga Adriana de Araújo, membro da Sociedade Brasileira de Psicologia. Mas isso nem sempre significa que elas estão sofrendo mais de estresse do que os outros ao redor, pois muitas vezes eles estão acostumados a lidar com as situações dessa forma. 
De qualquer forma, quem tem esse tipo de personalidade não está condenado a viver estressado. "O ideal para essas pessoas é procurar atividades que as acalmem, e como qualidade de vida é algo individual, não precisam se restringir a atividades como ioga ou meditação, apenas buscar algo que as relaxe", considera o psicólogo clínico Fernando Elias José. 

Personalidade tipo B: descontraídos

Pessoas que refletem mais sobre a vida tendem a lidar melhor com o estresse
Em contrapartida, os cardiologistas norte-americanos traçaram os perfis tipo B, que são pessoas mais tranquilas e descontraídas, com maior capacidade para delegar funções, menor ambição e mais confiança tanto nos outros quanto em si mesmos. Ou seja, o exato oposto do tipo A, o que as torna menos propensas ao estresse, ou quando apresentam o problema, as capacita melhor a encontrar a causa. "Eles também podem ter uma forma de se perceber exigente, no entanto, lidam com isso com menos autoexigência que o tipo A", estabelece Carolina. 
Outra característica dessa personalidade é refletir de forma mais racional sobre os problemas. "Quando você coloca tudo na balança, você tem tempo de pensar nas suas atitudes, não toma nada por impulso, e foca em você, parando para se analisar e se perceber", pontua a psicóloga Marina Vasconcellos. Ao olhar a situação com frieza, fica muito mais fácil encontrar soluções e assim reduzir a tensão. 
Mas assim como o tipo A não é um estressado compulsivo, o tipo B também não está imune à tensão. "É importante que quando esse tipo de situação aparecer, elas preservem esse seu olhar que as ajuda a administrar a questão do jeito delas", aconselha Elias José. Também devem tomar cuidado para não somatizar as situações, sempre tentando demonstrar que está estressada, quando a tensão de fato ocorrer. 

Personalidade tipo C: fechados

Guardar os sentimentos faz com que a pessoa somatize seus sintomas, tendo manifestações físicas
São pessoas que internalizam mais seus sentimentos e o que lhes incomoda, não externalizando tanto seus sentimentos. Isso é ruim, pois essas pessoas acabam por não colocar para fora o mal-estar. "Ao não elaborar os sentimentos e exprimir, o corpo assume: você pode apresentar imunidade baixa, depressão, falha de memória, lapsos de memória...", descreve Marina. Essa é a chamada somatização. 
Inclusive, alguns especialistas acreditam que isso esteja ligado ao câncer. "Muitos pacientes com essa doença normalmente apresentam histórico de alguma situação difícil de lidar, seja de familiares, empregos ou afastamento de pessoas queridas... Por outro lado, algumas pessoas tranquilas também podem desenvolver essa doença. Ainda precisam ser feitos muitos estudos para estabelecer essa relação", acredita a especialista. 
De qualquer forma, pessoas com essa personalidade mais fechada precisam encontrar outras formas de colocar o estresse para fora. "De forma geral, elas têm que externar isso, porque guardar sentimentos não gera benefício para ninguém. Mas isso pode ser feito de forma não-verbal, através de atividades físicas ou de algum outro hobby que a permita se expressar", ensina o psicólogo clínico Elias José.

Personalidade tipo D: pessimistas e solitários

O temperamento negativo nem sempre significa ser mais propenso ao estresse
Esse grupo é composto por pessoas mais negativas, depressivas e normalmente solitárias. Para o psicólogo Elias José, nem sempre a negatividade é o fator mais relevante ao estresse nessa situação: "se o estilo da pessoa é este, ela não necessariamente está estressada com isso, e sim funciona dessa forma, sendo pessismista", pondera o especialista. Mas é claro, quando você já é negativo, fica mais difícil encontrar saídas em situações tensas, o que pode contribuir para o mal-estar. Além disso, esse tipo de atitude faz com que a pessoa acumule pensamentos ruins, que agem como um "peso", como destaca Adriana de Araújo.
Mas talvez o principal problema dessa personalidade seja a solidão. "Muitos se afastam de quem é negativo, e essas pessoas acabam lidando sozinhas com os problemas sem dividir muito", observa Marina Vasconcellos. Além disso, essas pessoas podem não lidar bem com a opinião dos outros e acabam não tendo muito incentivo para mudar.
Para esses indivíduos, o ideal era tentar trabalhar esse lado negativo, e um bom caminho é através da psicoterapia. "É importante tentar de alguma maneira dar outro significado à vida e às situações", acredita Elias José. "Também vale lembrar que nem sempre somos donos da verdade se muitas pessoas falam que você é negativo, você tem que estar aberto ao feedback externo e tentar mudar isso", finaliza. 

Personalidade não é tudo

Se você se identificou com um ou mais pontos de cada uma dessas personalidades, não se preocupe! Como cada pessoa é única, é normal que misturemos essas características mesmo. E o mais importante é lembrar que esse fator não é o único a determinar como lidamos com o estresse. "Muitas vezes duas pessoas podem ter personalidades parecidas, mas um fator estressante para uma pode ser tranquilo para a outra, isso é algo muito individual", reitera Elias José.
E, mais importante do que o estressor ou a forma como se encara o estresse, está a capacidade de resolver as situações. "O único aspecto que faz diferença é ser capaz de solucionar os problemas e de lidar com os reveses da vida", ressalta a psicóloga Adriana de Araújo. Portanto, não encare as suas características como algo determinante para seu estresse, e tente, no lugar disso, trabalhar habilidades para lidar melhor com o estresse.



sábado, 9 de novembro de 2013

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, DE QUEM É A CULPA?????




De Quem é a Culpa da Violência Contra a Mulher?




Os últimos meses foram especialmente difíceis para as mulheres. E qualquer pessoa que sinta amor pelo próximo, compaixão e acredite num mundo melhor, ficou chocada com os crimes bárbaros dos quais vou falar agora.


No Ocidente, temos o costume de nos acharmos civilizados e intelectualizados, mas nem sempre a maneira como nos enxergamos reflete o que realmente somos. Os dados abaixo são de diversas partes do mundo e nos deixa claro que, apesar do problema ser o mesmo, a reação das pessoas não é. Aceitar o que acontece é, sempre, uma opção.


Leia também:



Vamos falar aqui sobre o corpo feminino e todas as reações que ele desperta, as relações de poder, de desejo, o respeito e os abusos que permeiam nossa experiência de sair de casa todos os dias. Vamos falar basicamente da violência sofrida por um único motivo: ser mulher.


Estupro Coletivo

Depois de ir ao cinema com o namorado, Jyoti Singh Pandey, uma estudante de medicina, entrou no ônibus para voltar para casa. O casal encontrou um grupo de homens que achou que não havia problema espancar o rapaz e estuprar a garota. Além de ser abusada sexualmente repetidas vezes, ela foi agredida com um barra de ferro e depois atirada do veículo seminua junto com sua companhia.


Jyoti foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos, três cirurgias e uma parada cardíaca e faleceu após alguns dias. Os réus, apesar de terem sangue da vítima em suas roupas e terem os rostos do retrato-falado, declaram-se inocentes.


O caso incitou manifestações e levou pessoas às ruas para pedir mais segurança às mulheres, o que fez com que a investigação ocorresse mais
rapidamente e medidas de melhoria estejam sendo estudadas pela polícia. Em 2011 foram registrados 568 estupros em Nova Délhi.


Homens da Lei

Viviane Alves Guimarães Wahbe foi a uma festa do trabalho. A estagiária do escritório Machado Meyer, um dos maiores do país, que estudava direito na PUC, escreveu um relato sobre aquele dia. Ela conta que bebeu duas taças de champanhe e não lembra das coisas, o que tinha na cabeça eram flashs. Esses flashs a mostram sendo estuprada. Nos relatos, ela escreveu que havia sido drogada e estuprada.


A festa aconteceu no dia 24 de novembro, a família disse ter notado sua mudança de comportamento já no dia seguinte e, em 3 de dezembro, a jovem se matou atirando-se do 7º andar do prédio em que morava.


No Brasil, o caso não repercutiu. A morte só foi divulgada no dia 30 de dezembro, apesar de ouvir-se entre jornalistas que a informação já estava correndo nas redações dos maiores jornais de SP. Por aqui não houve manifestações, ninguém pediu justiça e o caso corre em segredo de justiça, como tantos outros que envolvem ricos e poderosos.


A Culpa é Delas

Apesar dos pedidos de justiça e de mudanças na sociedade que aconteceram na Índia, um guru espiritual chamado Bapu ganhou o papel de vilão nessa história, por mais que isso possa ser assustador. De acordo com a imprensa indiana, ele disse que a vítima deveria ter sido mais gentil com os violentadores, se quisesse preservar sua vida.


"Apenas cinco ou seis pessoas não são réus. A vítima é tão culpada quanto os seus estupradores. Ela deveria ter chamado os agressores de irmãos e ter implorado para que eles parassem. Isto teria salvado a sua dignidade e a sua vida. Uma mão pode aplaudir? Acho que não”.


Culpar a mulher por ser vítima de violência não acontece apenas entre religiões orientais. O padre Don Piero Corsi, da cidade de San Terenzo, na Itália, afixou na porta da igreja um comunicado dizendo que a culpa é das mulheres. De acordo com ele, “as mulheres com roupas justas se afastam da vida virtuosa e da família e provocam os piores instintos dos homens”. Além disso, disse que o homem fica louco porque as mulheres são arrogantes e autossuficientes.


Mas esse pensamento não é novo. Ele foi o principal impulso para a Marcha das Vadias, que acontece anualmente em diversos países, e pede respeito, mostrando que a mulher pode ter a vida sexual que quiser e vestir a roupa que escolher sem precisar ter medo de ser violentada.


Eugenia* Moderna


Uma juíza decidiu que, levando em conta os dados socioeconômicos de uma mulher de 27 anos de Amparo (SP), que sofre retardamento mental moderado – o que significa uma pequena regressão intelectual –, o melhor, para a sociedade, seria que ela passasse por uma laqueadura e  se tornasse estéril.


Durante todo o julgamento, a mulher, que não tem filhos e não tem nenhum aborto ou problemas relacionados a gravidez informados, deixou clara sua vontade de, no momento certo e com o companheiro certo, ter filhos.


Ainda assim o julgamento ocorreu, a obrigaram a usar o DIU como método contraceptivo e, no último mês, quando o dispositivo precisaria ser trocado, a paciente fugiu alegando medo de que a laqueadura fosse feita contra sua vontade.


A Defensoria Pública trabalha, agora, para que a decisão seja revertida e os direitos constitucionais da mulher sejam respeitados. * Eugenia é um controle para que só se reproduzam pessoas com certas características físicas e mentais. A ideia é que assim seriam evitados todos os tipos de deficiência. Esse foi um artifício usado por Hitler durante o Nazismo.


Dados Nacionais

Uma pesquisa divulgada ontem pelo jornal Correio da Paraíba aponta que nos estados da Paraíba, Rio de Janeiro e Tocantins, 67% das pessoas acreditam que a violência contra a mulher é culpa dela mesma, e 64% acreditam que esse tipo de violência não deve ser combatida.


Essa violência citada no estudo não fala apenas sobre a questão sexual. Ela é também a violência doméstica, os maus tratos conjugais e a humilhação praticada pelo parceiro. Segundo dados da Fundação Perseu Abramo, a violência conjugal atinge um terço das mulheres em áreas de SP e PE. A cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem no Brasil.


Em relação a violência sexual, 1 bilhão de mulheres, ou uma em cada três do planeta, já foram espancadas, forçadas a ter relações sexuais ou submetidas a algum outro tipo de abuso.


E Como Isso Mexe Com a Sua Vida?


Mexe em todas as relações que você trata diariamente, seja comprando o café da manhã na padaria, dentro do transporte público lotado, ao voltar para casa de noite, quando sai do trabalho, ou quando você começa um novo relacionamento amoroso.


O problema do abuso é tão presente na nossa sociedade, tão aceito e cheio de desculpas, que não é percebido com facilidade. Existe estupro dentro de um casamento. Existe abuso sexual quando um homem acredita que pode “encoxar” uma muher no metrô. Existe abuso emocional quando o homem humilha sua parceira. E nós não podemos simplesmente aceitar.


O corpo da mulher não é dela. O corpo da mulher, na nossa sociedade, é visto como um meio de satisfazer desejos e expectativas. Ele é feito para dar satisfação sexual, trazer filhos ao mundo e servir a classe dominante.


Os reflexos disso na sociedade são como o caso acima em que a mulher não tem o direito a ter filhos, assim como as mulheres não têm direitos a não quererem ter filhos. Na Índia, meninas são mortas ao nascer. No Brasil, elas morrem diariamente pelos abusos sofridos. Nossos mundos não estão tão distantes como muita gente acha.


É obrigação de cada pessoa lutar por uma sociedade respeitosa, que garanta dignidade a todas as pessoas, independentemente do seu gênero. A violência não é culpa da vítima e essa mentalidade precisa ser combatida.


Para fechar, deixo aqui um e-mail que recebi por causa da coluna e que me deixou com lágrimas nos olhos. Misoginia é o ódio e o desprezo pela mulher apenas por ela ser mulher. Não é uma doença ou um problema psicológico e emocional, é uma escolha, uma maneira de ver o mundo e lidar com as pessoas a sua volta. E talvez seja um dos maiores males modernos e culpados pela sociedade agressiva em que vivemos.


“Olá Carol. Gostaria que você escrevesse sobre misoginia. Como vivem 
mulheres que são casada com misóginos; se elas apresentam quadros de 
depressão, ansiedade, síndrome do pânico, causados pela alta pressão 
em que vivem, e com o pouco afeto que recebem, principalmente as que 
não têm filhos. Também poderia ser pesquisado se este tipo de 
personalidade tem cura. Seria possível ele se reconhecer como doente, 
que precisa de ajuda. Se não qual a melhor forma de lidar com os 
misóginos para não adoecer com ou por causa do seu comportamento, ou 
se só resta o divórcio como solução. Obrigada pela atenção”.


A única saída para essa e tantas outras mulheres é a mudança da sociedade inteira. E essa mudança começa nas suas mãos. De que mundo você quer fazer parte?


Você tem alguma dúvida sobre sexo? Manda para mim no preliminarescomcarol@yahoo.com.br e siga-me no Twitter (@carolpatrocinio).

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ORGASMO...

ORGASMO, PONTO 'G' E AFINS - Ai Gizuz!

Dani Marques

Certa vez, conversando com uma senhora de mais ou menos 80 anos, ela desabafou: "Nunca senti prazer no sexo. Sempre fiz porque não tinha outro jeito... Não faço ideia do que é sentir orgasmo". Juro que senti grande compaixão por essa senhora. Pensei: quantas mulheres não vivem esta realidade? Centenas? Quem sabe milhares!

Ser feliz no sexo não é só uma questão de prazer, é uma questão que também traz benefícios à saúde feminina. “O ato sexual regula hormônios variados ligados ao bem-estar, entre eles a dopamina, a ocitocina, o cortisol, o estrogênio e a testosterona. Manter uma vida sexual regular e prazerosa pode rejuvenescer a aparência e trazer sensação de bem-estar, devido ao aumento do nível de estrogênio”¹.





É certo que os filmes e novelas pintam uma realidade fantasiosa. Na TV, as mulheres chegam ao orgasmo com tanta facilidade não é mesmo? Mas é preciso acordar, colocar os pés no chão e perceber que a grande maioria das cenas românticas não retratam a vida real. Seria ótimo poder viver a magia dos filmes Hollywoodianos, mas neste caso, fantasiar demais é prejudicial. Precisamos ser realistas.




É de extrema importância que o casal desenvolva um diálogo amoroso e transparente. Não tem como atingir intimidade sexual sem diálogo. É importante dizer ao seu cônjuge aquilo que gera prazer e o que gera incômodo. É muito comum nos relacionamentos o sexo se tornar previsível com o passar do tempo: "Ah, agora ele vai beijar meu pescoço, depois os seios e em seguida vai passar a mão aqui e ali..." Não permita que a monotonia tome conta da sua vida sexual. Ela é broxante, tanto para o homem quanto para a mulher. Surpreendam-se!


Além disso, muitos tabus precisam ser quebrados. No caso da senhorinha acima (e creio que de muitas outras) acredito que sua educação a respeito do sexo tenha tido certa influência negativa. Antigamente, e ainda hoje em muitas famílias, o sexo era visto como algo sujo e pecaminoso. E esta é uma das primeiras barreiras a ser quebrada. Sexo foi criado por Deus e não há nada de errado em sentir prazer. Se você ainda tem alguma dúvida quanto a isso, sugiro que leia: Vale tudo entre as quatro paredes do quarto?





Alguns outros comportamentos e situações dificultam a entrega total da mulher, como um perfil excessivamente controlador, desconfiança de uma terceira pessoa no relacionamento, estresse ou quem sabe filhos que dormem no mesmo quarto ou em cômodos muito próximos. Para alcançar o clímax, a mulher precisa se sentir segura, a vontade e com a cabeça livre de preocupações. Deve haver uma entrega total, de corpo, mente e coração.


"É importante deixar claro que, a princípio, toda mulher está apta para chegar ao orgasmo. Alguns aspectos físicos podem contribuir significativamente na diminuição do desejo sexual, como o período menstrual; tabagismo, álcool e dependência química; uso de tranquilizantes ou de anticoncepcionais de baixa dosagem por tempo prolongado; doenças vasculares; diabetes; endometriose; miomas e a menopausa, caracterizada por sintomas como atrofia genital, menor fluxo sanguíneo, diminuição da produção de estrogênio e ressecamento vaginal"¹. É preciso ficar atenta aos sinais que seu corpo está emitindo.


Mas os especialistas são unânimes em dizer que na maioria esmagadora dos casos o foco do problema está dentro da cabeça.





Já disse diversas vezes aqui no blog e repito: O compartimento "sexo" no cérebro da mulher está intrinsecamente ligado ao compartimento emoção. Se sua esposa está triste, magoada, amedrontada ou angustiada, dificilmente sentirá prazer durante a relação sexual. Conheço mulheres que fingem sentir prazer uma vida inteira para agradar o parceiro. Se esta é sua realidade, te convido a conhecer melhor o seu corpo, ter uma conversa franca com seu esposo e buscar informações.

É importante também ficar atenta a frequência com o qual se atinge o clímax. “Se a mulher percebe que em um período de seis meses não atingiu o orgasmo nenhuma vez, ou poucas vezes, deve procurar ajuda, pois pode estar com um quadro de anorgasmia, uma disfunção sexual”¹.


Ao contrário do que muitos pensam, o famoso ponto "G" fica localizado na parte interna da vagina. O clitóris, que fica na parte externa, também pode proporcionar muito prazer se bem estimulado. Ele, assim como o pênis, possui grande sensibilidade e centenas de terminações nervosas.





A posição sexual também possui grande influência, pois o pênis precisa estar posicionado corretamente para estimular o ponto "G". As posições que mais favorecem esse estímulo são o tradicional papai e mamãe e a mulher por cima, pois assim, ela pode ter mais controle sobre os movimentos e além disso, o contato direto com o clitóris e o pênis tocando a parte superior interna da vagina proporcionam muito prazer.


O ponto G está localizado a mais ou menos 4 ou 5 centímetro para dentro do canal vaginal, na parte superior. Quando a mulher está excitada, fica bem mais fácil de localizá-lo, pois assim como o pênis, ele está revestido de um tecido erétil, por isso fica mais salientado. Não há problema algum em durante a relação sexual o marido tentar localizar o ponto "G" com os dedos e estimulá-lo. É um exercício de conhecimento.

Uma mulher sexualmente satisfeita se sente mais disposta, animada e alegre. Que marido não desejaria isso para sua esposa? Gosto sempre de dizer que o sexo não é a parte mais importante de um relacionamento, mas é uma das pernas da mesa. Se uma delas não estiver firme, um esbarrão mais forte poderá derrubá-la. Por isso, invista também na conservação desta "perna"!




E se você já passou dos 80, gostaria de te dar uma boa notícia: ainda dá tempo! ;)


Dani Marques é a sexóloga do Genizah




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