terça-feira, 16 de dezembro de 2014

DILMA ROUSSEFF ÀS LÁGRIMAS



RELATÓRIO DE TORTURA DO BRASIL TRAZ A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF ÀS LÁGRIMAS

Lembranças terríveis: o presidente do Brasil, Dilma Rousseff chora ao entregar um discurso durante a cerimônia de apresentação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade.
  
Data, 12 de dezembro de 2014
·         Ler mais tarde
Adam Taylor

Um relatório sobre as violações dos direitos humanos durante o regime militar do Brasil trouxe de volta memórias da presidente Dilma Rousseff de ser torturado.

$50k-$1m To Invest? Free Review To Get You The Best Offshore Rates!

Brasil Enfrenta Passado Sangrento


O presidente do Brasil, Dilma Rousseff, uma vítima da violência praticada pela ditadura militar do país, levou às lágrimas como detalha um novo relatório a extensão da brutalidade do regime.


·         Autoplay ON OFF
·         Vídeo comentários
·         Definições de vídeo

Washington: Como os Estados Unidos lida com a reação de um relatório do Senado sobre métodos de interrogatório da CIA, metade de um continente de distância, outro país estava lidando com a sua própria história conturbada. E por um líder mundial, foi com tristeza pessoal.


O presidente do Brasil, Dilma Rousseff, fez um discurso na terça-feira em uma cerimônia que marca o lançamento de um relatório da Comissão Nacional da Verdade do Brasil, que examinou as violações dos direitos humanos ocorridas durante o regime militar 1964-1985 do Brasil. O relatório de 2000 páginas, resultado de quase três anos de investigação, oferece um retrato contundente de acções dos militares, incluindo assassinatos, tortura, violência sexual e desaparecimentos forçados. É recomendado que os responsáveis ​​sejam punidos - apesar de uma lei de anistia de 1979 que bloqueou processos.


Durante o discurso de Dilma Rousseff, ela quebrou brevemente em lágrimas e recebeu uma ovação de pé da multidão.


Lembranças terríveis: o presidente do Brasil, Dilma Rousseff chora ao entregar um discurso durante a cerimônia de apresentação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade.
Lembranças terríveis: o presidente do Brasil, Dilma Rousseff chora ao entregar um discurso durante a cerimônia de apresentação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade. Foto: AFP

Dilma tem experiência em primeira mão sobre o que o relatório descreve. Enquanto ela foi presidente do Brasil desde 2011, ela tinha sido um guerrilheiro marxista oposição ao governo, quando ela era uma estudante na década de 1960. Em 1970, quando ela tinha apenas 22 anos, ela foi preso e mantido na prisão por quase três anos. De acordo com documentos anteriormente abrangidas pela imprensa brasileira, ela foi torturada durante este tempo. Ela teria sido um soco tão forte que lhe causou problemas dentários, eletrocutados em seus seios e outros lugares, e forçada a entrar no do notório "pau de arara", ou papagaio poleiro.

Dilma passou a ter grande sucesso em política convencional. Ela ficou conhecida como um tecnocrata e raramente falava sobre sua detenção. Enquanto ela mais tarde recebeu uma compensação financeira para seu tratamento durante a ditadura, em um relato publicado em 2012, ela disse que os ferimentos que ela sofreu "são uma parte de mim".

É provável que, mesmo que Dilma não tinha experimentado isso pessoalmente, ela pode ter tido a mesma reação. O relatório da comissão documenta 191 mortes e 210 desaparecimentos, bem como 33 casos de desaparecimentos em que os corpos foram encontrados mais tarde. "Esses números certamente não corresponder ao total de mortes e desaparecimentos, mas apenas para os casos, foi possível provar", observa o relatório.

Em estudos de caso, a comissão detalhou métodos horríveis torturas, como choques elétricos genitais, estupro, tortura psicológica e pior. Um homem foi torturado ao lado de seu filho de 16 anos de idade. Notavelmente, o relatório concluiu que os Estados Unidos passou anos ensinando as técnicas de tortura para os militares brasileiros durante esse período.

Como do The Washington Post Dom Phillips escreveu este ano, a ditadura militar no Brasil tem sido o elefante na sala no país. No entanto, como a nação marcou o 50º aniversário do golpe que instalou essa ditadura, havia sinais de uma mudança. Não só havia mais reflexões sobre o passado, havia também reflexões sobre o legado do passado - como a polícia militar.

A Comissão Nacional da Verdade foi criada pelo Congresso do Brasil e empossado pelo Rousseff em 2011. Enquanto seu relatório identificou mais de 377 indivíduos responsáveis ​​por violações dos direitos humanos durante esse tempo, com cerca de 100 deles ainda vivos, a Comissão não tem poderes para julgar.

Washington Post

Fonte: 
http://www.theage.com.au/world/brazils-torture-report-brings-president-dilma-rousseff-to-tears-20141212-125fzz.html



terça-feira, 9 de dezembro de 2014

SOBRE VIDA ADULTA E TERCEIRA IDADE


SOBRE VIDA ADULTA E TERCEIRA IDADE

Seg., 01/09/2014 por Elaine Cruz

Há muitas controvérsias com respeito ao início do que chamamos de vida adulta. Alguns defendem que se inicia por volta dos 21 anos, quando, na maioria dos países, o indivíduo já é amplamente responsável por seus atos. Outros definem a idade de 25 anos, pois em geral a pessoa já é responsável, inclusive, por seu sustento, e já fechou o processo de individuação.


O adulto tem um organismo próprio e, quando é fisicamente saudável, não depende de outros para se locomover. Mesmo os que apresentam alguma deficiência, como é o caso dos surdos-mudos ou dos paraplégicos, também devem ser estimulados a estudar e a se locomoverem sem necessidade de ajuda permanente. É por esta razão que uma deficiência é entendida como mais séria, seja ela cognitiva ou física, quando a pessoa precisa de cuidados e atenção constantes por parte de outros.

a) Independência financeira – Muitos filhos adultos se acomodam à boa vida da casa, com os pais suprindo as suas necessidades e pagando as suas contas, e se esquecem de crescer, assumindo responsabilidades e ajudando no lar. Muitos pais também infantilizam seus filhos, quando não cobram deles aplicação nos estudos ou facilitam distribuindo dinheiro facilmente a filhos irresponsáveis.


Se você é pai ou mãe, apoie seus filhos e facilite os estudos deles, inclusive com suporte financeiro. Mantenha a casa gostosa para eles, mas não deixe de cobrar-lhes responsabilidades, direcionamento para o mercado de trabalho, e de conversar sobre a importância de terem seu próprio dinheiro e construírem sua família. Pais impedem os filhos de crescer quando não incentivam sua independência. Mais tarde, cercam-se de preocupações e de vergonha por tê-los, já com 40 ou 50 anos, agarrados à barra de suas saias ou calças.

A Bíblia, em Gênesis 2.24, fala aos casais sobre deixar pai e mãe. Isso não significa dizer que os pais devam ser esquecidos, mas que quando um casal se une é fundamental que já possa ter uma vida independente de seus pais.


Filhos adultos e casados que precisam dos pais para pagar suas contas se tornam dependentes por terem que se submeter às regras dos genitores, acabando por destruir a admiração mútua. Por mais que os filhos adultos possam precisar de seus pais em períodos de dificuldade, e os pais possam ajudá-los ocasionalmente, a independência financeira auxilia na maturidade.

b) Independência psíquica e cognitiva – São imaturas as atitudes de adultos que falam sem pensar que magoam, que gastam seu dinheiro com besteira sem levar em conta as contas a pagar, que traem seus cônjuges sem analisar as consequências, que abandonam um bom trabalho secular sem analisar as possibilidades do mercado de trabalho, que se magoam por tudo, que se irritam por nada e que esperam que “caia do céu” benfeitorias pelas quais não querem se esforçar para obter.

Uma pessoa adulta, por mais que receba conselhos de pais, amigos e líderes, já deve ser capaz de poder decidir o que fazer a cada situação do cotidiano. Precisa aprender a conviver em sociedade. Se for casada, deve tomar todas as decisões em conjunto com seu cônjuge, aprendendo a negociar e a ceder, sem que haja interferência ou imposição dos sogros. E mesmo nos casos em que o casal more na mesma casa ou no quintal de parentes, o casal deve ter a sua independência e privacidade.

Uma pessoa casada não pode passar os dias na casa dos pais e precisa saber que há coisas íntimas do seu casamento que devem ser preservadas, a não ser em casos de agressões e desrespeito de um dos cônjuges. Os sogros não têm o direito de pedir aos filhos segredos para com o cônjuge. Também não devem exigir que o filho(a) sempre venha visitá-los sem seu esposo(a), a não ser que os genros e as noras estejam impossibilitados de vir temporariamente; e muito menos destratar suas noras ou genros, desonrando-os perante seus filhos. Deve sempre partir dos pais o incentivo para que sejam emocionalmente maduros e independentes, por mais que isto signifique perder o domínio sobre eles.

c) Independência espiritual – 
Efésios 4.13-15 fala sobre amadurecimento espiritual. Todo adulto precisa estar submetido à autoridade espiritual do seu pastor. Contudo, deve buscar a “independência espiritual”, que se caracteriza por aprender a orar sozinho para ter uma legítima intimidade com Deus, ler e estudar a Bíblia, tomar decisões sem ter necessidade de buscar profecias de pessoas específicas, e exercer um ministério por vocação e não por vanglória.

Adultos casados precisam assumir o sacerdócio do lar, realizar cultos domésticos, motivarem-se mutuamente a ir à igreja e congregarem juntos em um mesmo espaço. Por mais que os pais continuem orando pelos seus filhos e seus respectivos cônjuges depois que estes se casam, muitos há que dependem da oração dos pais, pois não sabem orar e cultuar a dois, cientes de que Deus os ouve e os abençoa enquanto casal. Casal que ora unido, que assume seu compromisso com Deus e abraça com alegria a responsabilidade de apoiar um ao outro, aprende que a independência espiritual gera crescimento em Deus e maturidade espiritual.

d) Velhice – A terceira idade, ou Melhor Idade, começa a partir dos 65 anos. É verdade que algumas pessoas de 30 e 40 anos já têm uma “postura de velho”, enquanto há indivíduos de 60 e 80 anos que ainda alimentam um espírito jovem – são mais criativos, empreendedores, entusiastas e producentes do que muitos trintões. Isso significa dizer que, embora a velhice tenha uma data para iniciar, esta é só um indício de um desgaste físico natural do corpo. Porém, no que tange à cognição e aos sentimentos, o idoso pode ser um adulto melhorado, que se permitiu aprender com a vida, chegando à fase áurea da maturidade.







A vida ensina, mas há muitos que passam por ela sem aprender a se tornarem pessoas melhores. Há velhos de ambos os sexos que são fofoqueiros, fazem intriga na família, são impacientes e agressivos, ainda batem em suas esposas e filhos com ódio, e são irresponsáveis em seus atos mesmo com a mente saudável. Mantêm os mesmos erros da juventude e se aperfeiçoaram na maldade ao longo dos anos, mas ainda têm tempo para alcançar a salvação e uma vida mais producente e feliz. O ensino bíblico é taxativo (Tt 2.2-5).

A população mundial está envelhecendo, por isso áreas de conhecimento, como a medicina e a psicologia, se voltam para estudar e acompanhar esta fase da vida, criando alternativas para uma velhice saudável e frutífera. Hoje há residências voltadas às necessidades dos idosos, exercícios físicos para fortalecer a musculatura e ampliar a capacidade cardiorrespiratória, remédios para combater a esclerose e fortificar os ossos, terapias e atividades para aumentar a socialização, e até classes de Escola Dominical e eventos para eles. Precisamos abandonar o preconceito de que o que é velho é ruim, de que a velhice é chata e pacata, e de que quando chegarmos lá a vida acabou.






Se você ainda não é idoso, aprenda a respeitar e a admirar os mais velhos. Converse mais com eles, dê afeto, aprenda com as experiências de vida para ser mais sábio. Ouça seus conselhos, considere suas ordens e trate-os como gostaria de ser tratado daqui a alguns anos. Cuide dos seus pais com gratidão pelo que fizeram por você, com o perdão para apagar seus erros e com o amor que supera as barreiras das diferenças de faixa etária e de visões de mundo.

Quem adquire maturidade na vida adulta, e se permite aprender com as vivências pessoais e dos outros, vai aos poucos construindo uma postura de vida que tornará a velhice um período de colheita de afetos plantados, de amores construídos e de atitudes cultivadas com sabedoria e responsabilidade.

Se você é idoso, cuide-se para ser fisicamente saudável, trate-se para estar com a mente e as emoções em ordem, controle-se para manter seus sentimentos e suas lembranças sob o seu domínio, e se esforce para continuar aprendendo e construindo projetos para o seu futuro (Sl 92.13-15).





Você está em sua melhor idade, não pode mudar seu passado, mas ainda tem um futuro. Portanto, amplie a sua autoestima, dê afeto aos que partilharam a vida com você, ame e preserve a sua família, renove a guarde a sua fé em Deus, e por mais que a vida lhe tenha sido difícil, abandone as dores e ressentimentos, ciente de que Deus é a sua rocha e escudo. Traga à sua memória o que lhe dá esperança e espere na sua justiça, que não falha nesta Terra e em toda a eternidade (Ef 4.10,13).





Perfil

Elaine Cruz Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de vinte e cinco anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados” e “Amor e Disciplina para criar filhos felizes”, todos títulos da CPAD.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

TRÁFICO DE CRIANÇAS CONTINUA A CRESCER NO MUNDO, DIZ ONU

Tráfico de Crianças Continua a Crescer no Mundo, diz ONU


Imagem: DivulgaçãoO tráfico de crianças segue aumentando e já representa um terço dos casos de tráfico de pessoas no mundo, segundo o relatório 2014 do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) publicado nesta segunda-feira (24).

Na África e no Oriente Médio, os menores representam a maioria das vítimas de tráfico de pessoas e em países como Índia, Egito, Angola ou Peru podem alcançar 60% do total de casos, indica a UNODC .

O Escritório da ONU lembra que entre 2003 e 2006 as crianças e os adolescentes só representavam 20% dos casos de tráfico conhecidos.

No mundo, 70% das vítimas de tráfico de pessoas são mulheres, contra 84% de há dez anos.

Embora a principal finalidade do tráfico de seres humanos continue sendo a exploração sexual (53% dos casos), o tráfico para trabalho forçado aumentou a 40%, contra 32% em 2007, segundo a UNODC.

O relatório também expressa sua preocupação por alguns tipos de tráfico de pessoas, como o que obriga as crianças a combater, a se dedicar aos pequenos crimes ou à mendicidade forçada.

No entanto o documento, baseado em dados fornecidos por 128 países, só permite ver a “parte visível do iceberg”, indica a ONU, que lamenta que em muitas regiões do mundo o tráfico de seres humanos continue sendo “uma atividade pouco arriscada e muito lucrativa para os criminosos”.

Crédito à: Verdade Gospel.
Fonte: Istoé

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

PRIMEIRA MULHER A PRESIDIR O STM



PRIMEIRA MULHER A PRESIDIR O STM DIZ QUE VAI DEFENDER IGUALDADE DE GÊNERO



Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha



A ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha tomou posse nesta segunda-feira (16) na presidência do Superior Tribunal Militar (STM). É a primeira vez em 206 anos de existência do tribunal que uma mulher preside a corte.


Maria Elizabeth terá um mandato de curta duração, com apenas nove meses, e disse agirá em favor da igualdade de gênero e contra a discriminação à homossexuais nas Forças Armadas.

Antes da posse, a nova presidenta do STM concedeu uma entrevista coletiva e falou sobre o desafio de comandar a mais alta corte militar do país. “Primeiro, por uma questão de gênero, pelo empoderamento e ampliação da [presença da] mulher nos espaços públicos; e é sintomático que esta corte nunca tenha tido uma mulher antes de mim. 

Eu encaro como um desafio, com honra, porque esta foi uma corte que eu sempre admirei e que sempre engrandeceu a história do Judiciário, da democracia e do Estado de Direito”, disse.

Fonte: http://www.bpwsp.org.br/

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

UMA EM CADA TRÊS MULHERES SOFRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA



Cerca de um terço das mulheres em todo o mundo já foram agredidas fisicamente ou sexualmente por um ex ou atual parceiro.

A conclusão é de uma revisão de uma série de artigos feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Especialistas também estimam que cerca de 40% das mulheres assassinadas no mundo foram mortas por um parceiro íntimo, e que ser agredida por um parceiro é o tipo mais comum de violência sofrida pelas mulheres.



“A violência contra as mulheres é um problema global de saúde de proporções epidêmicas”, afirma a diretora geral da OMS, Dra. Margaret Chan.

A Revisão

A OMS definiu a violência física como ser golpeada, empurrada, perfurada, sufocada ou atacada com uma arma. Violência sexual foi definida como ser fisicamente forçada a ter relações sexuais, ter relações sexuais porque está com medo do que seu parceiro possa fazer e ser obrigada a fazer algum ato sexual considerado humilhante ou degradante.

Quanto a violência doméstica, os cientistas analisaram informações de 86 países com foco em mulheres com mais de 15 anos de idade. Eles também avaliaram estudos de 56 países sobre a violência sexual feita por alguém que não fosse um parceiro, embora não tivessem dados do Oriente Médio.
O relatório descobriu que cerca de 7% das mulheres em todo o mundo já tinham sido vítimas de violência por parte de alguém que não era um parceiro.

Globalmente, a OMS descobriu que 30% das mulheres são afetadas por violência doméstica ou sexual vinda de um parceiro. O relatório foi baseado em grande parte em estudos de 1983 a 2010.

De acordo com as Nações Unidas, mais de 600 milhões de mulheres vivem em países onde a violência doméstica não é considerada um crime.

A taxa de violência doméstica contra as mulheres foi maior na África, no Oriente Médio e no Sudeste da Ásia, onde 37% das mulheres sofreram violência física ou sexual de um parceiro em algum momento de sua vida. A taxa foi de 30% na América Latina e na América do Sul, e 23% na América do Norte. Na Europa e na Ásia, foi de 25%.



Em um artigo relacionado publicado online na revista Lancet, os pesquisadores descobriram que mais de 38% das mulheres assassinadas no mundo são mortas por um ex-parceiro ou atual, número seis vezes maior do que a taxa de homens assassinados por suas parceiras.




Heidi Stoeckl, uma das autoras deste estudo, disse que os números podem ser ainda maiores. Ela e seus colegas descobriram que, globalmente, o maior risco de assassinato de uma mulher vêm de um atual ou ex-parceiro.


Em países como a Índia, mulheres são muitas vezes assassinadas por conta de “crimes de honra”, como infidelidade, ou devido a disputas por dotes. Nestes casos, segundo Stoeckl, o assassinato serve para “proteger a reputação da família”.

Ela também observou que mulheres e homens são muitas vezes mortos por seus parceiros por motivos diferentes. “Quando uma mulher mata seu parceiro, geralmente é autodefesa, porque ela foi abusada”, disse. “Mas quando uma mulher é assassinada, é muitas vezes depois que ela resolveu terminar o relacionamento e o homem mata por ciúmes ou raiva”.


Prevenção é Importante


Em conjunto com o relatório, a OMS emitiu orientações para as autoridades detectarem esses tipos de problemas mais cedo do que costumam.

Os especialistas disseram, por exemplo, que todos os profissionais de saúde devem ser treinados para reconhecer quando as mulheres podem estar em risco e como responder de forma adequada.

Alguns especialistas dizem que a triagem para a violência doméstica deve ser adicionada a todos os níveis de cuidados de saúde, como clínicas obstétricas.



“É improvável que alguém entre em um hospital para informar que foi atacada”, disse Sheila Sprague, da Universidade McMaster, no Canadá, que pesquisou a violência doméstica em mulheres em clínicas ortopédicas. “Com o tempo, no entanto, se as mulheres entram em uma clínica para tratar uma fratura ou uma clínica de pré-natal, elas podem dizer que estão sofrendo abuso, se você perguntar”, argumentou.

Stoeckl disse que as autoridades da justiça criminal devem intervir numa fase mais precoce. “Quando uma mulher é assassinada por um parceiro, ela muitas vezes já teve contato com a polícia”, disse ela.

Mais medidas de proteção devem ser tomadas nesses casos, principalmente quando ele ou ela tem um histórico de violência e possui uma arma. “Há sinais suficientes pelos quais devemos procurar”, afirma.

O Que Fazer em Caso de Violência Doméstica ou Sexual





Segundo a pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil, realizada pelo Instituto Avon / Ipsos entre 31 de janeiro a 10 de fevereiro de 2011, seis em cada dez brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.

No Brasil, as mulheres são protegidas pela Lei Maria da Penha. Mesmo que a própria vítima não denuncie o abuso ou acuse o perpetrador, pessoas que sabem de algum caso de violência doméstica e sexual podem denunciar.

Ainda segundo a pesquisa do Instituto Avon / Ipsos, 94% das pessoas conhecem a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem seu conteúdo. A maioria das pessoas (60%) pensa que, ao ser denunciado, o agressor vai preso.

A lei garante a proteção da mulher que sofreu violência, mas depois do registro da ocorrência, a autoridade precisa ouvir ambas as partes e colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato.


Segundo levantamento realizado em 2011 pela Pesquisa DataSenado, o medo continua sendo a razão principal (68%) para evitar a denúncia dos agressores. Em 66% dos casos, os responsáveis pelas agressões foram os maridos ou companheiros.

Enquanto isso, a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado feita em 2010 pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC afirma que uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”.

Diante desses números e do desconhecimento da lei por muitas mulheres, é dever de quem tem o conhecimento ajudar. Caso você tenha sido vítima de qualquer abuso ou conheça alguém que foi, denuncie.

A Lei Maria da Penha prevê cinco tipos de agressão contra a mulher:
  • Violência física;
  • Violência psicológica;
  • Violência sexual;
  • Violência patrimonial;
  • Violência moral.



Qualquer uma dessas agressões contra a mulher deve ser denunciada na Central de Atendimento à Mulher através do número 180, que funciona 24 horas por dia. O anonimato da vítima ou de quem faz a denúncia de agressão é garantido.

A denúncia pode ser feita pela mulher ou qualquer pessoa próxima a ela. A Central de Atendimento à Mulher oferece informações sobre a Lei Maria da Penha e atendimento psicológico, jurídico e social à vítima, além de orientar sobre como agir e procurar ajuda.

A mulher agredida também pode ligar para a polícia no 190, ou prestar queixa em qualquer delegacia, para depois pedir que seu caso seja encaminhado a uma Delegacia de Defesa da Mulher.

O número 100 também é um disque-denúncia e ajuda em casos de agressões sexuais contra crianças e adolescentes, tráfico de mulheres e pornografia infantil


Para saber mais sobre o conteúdo da Lei Maria da Penha, clique aqui.