domingo, 16 de março de 2014

GRUPOS LGBT REPENSANDO ESTRATÉGIAS DEPOIS DE DERROTAS INTERNACIONAIS


Dr. Stefano Gennarini


NOVA IORQUE, EUA, de março (C-FAM) Grupos que trabalham para normalizar a homossexualidade no mundo todo estão se perguntando o que devem fazer em face da crescente oposição a seus esforços.



 


Nigéria, Uganda e Índia estão entre os países que recentemente repeliram campanhas de grupos homossexuais em seus territórios, se queixaram ativistas na semana passada num evento chamado “Liberdades Básicas num Mundo Homofóbico.” Uns 80 países criminalizam a sodomia ou atos sexuais de mesmo sexo.

Mas grupos lésbicos, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) estão menos preocupados com as leis de sodomia que em grande parte não são implementadas que limitam as atividades dos grupos LGBT. O espaço para discussão está sendo “fechado,” avisou Bruce Knotts da Secretaria Universalista Unitarista da ONU. Os universalistas co-patrocinaram o evento do Centro de Igreja da ONU com uma coalizão de organizações.

Leis que proíbem mirar menores de idade com informações sobre o estilo de vida homossexual ou igualá-lo à conduta sexual “tradicional” estão varrendo a Europa Oriental. Essas leis, e as recentes leis sobre homossexualidade na África, são comprovadamente mais sobre limitar as atividades de grupos LGBTs ocidentais do que punir atos homossexuais, observou Knotts.

Knotts, cujo grupo tem parceria com GLAAD para abordar grupos religiosos, disse que as novas leis violam a liberdade religiosa dos progressistas, acrescentando que com muita frequência a liberdade religiosa é vista como uma questão “direitista.”

Esses grupos se preocupam com obstáculos à defesa das causas LGBT. Sem discussão, não dá para mudar atitudes sobre sexualidade, lamentaram os membros do painel.

Knotts observou que não há nada mais poderoso do que figuras do entretenimento e esportes e outras celebridades se revelando a favor de direitos LGBT. Ele prediz que haverá “mártires” que devem ser “levantados” como David Kato, um ativista homossexual ugandense que se tornou uma figura simbólica depois de seu assassinato, embora um prostituto acabasse confessado que havia assassinado Kato depois que Kato se recusou a pagar por sexo.

As atitudes islâmicas para com o sexo e vida familiar são outro obstáculo devastador para os direitos LGBT internacionalmente. Mas os ativistas não desistiram dos muçulmanos. Hossein Alizadeh, membro do painel e representante de um grupo LGBT no Oriente Médio e Norte da África, pareceu otimista.

Não fale sobre autonomia sexual ou direitos humanos, fique sabendo. Ambos estão associados com a decadência ocidental e estão muito politizados. O ponto de partida da conversa deveria ser justiça e um debate construído dentro da cultura, não imposto de fora.

O islamismo é a “peça central da identidade” para os muçulmanos, e a questão é como reconciliar a fé com a homossexualidade, disse Alizadeh. Ele descreveu seus esforços bem-sucedidos para persuadir a BBC e a Voz da América, que transmitem no Irã, a adotar normas preparadas por sua organização sobre como falar sobre questões LGBT, e apontou para um recente vídeo musical com tema lésbico da cantora popular iraniana Googoosh.

Mas a questão mais urgente que os promotores LGBT estão perguntando é: o que os governos ocidentais podem fazer?

A comunidade global, por meio da ONU, tem permanecido em grande parte em silêncio sobre as questões LGBT, só condenando a violência contra os indivíduos que se identificam como LGBT. Poucos países querem mudar de posição nas atitudes tradicionais com relação à sexualidade.


Alguns argumentam que a defesa notória que Obama faz dos direitos LGBT tem trazido consequências, e uma abordagem mais sútil é necessária. Outros insistem em que a pressão externa é o único caminho a ir. A Dinamarca e a Noruega cortaram assistência governamental para Uganda por causa da lei anti-homossexualidade recentemente aprovada. E o Banco Mundial adiou uma verba de 90 milhões de dólares para Uganda depois que seu presidente sancionou uma lei contra a conduta homossexual.

Os membros do painel no Centro de Igreja pareciam recorrer ao uso das leis de asilo para tirar promotores LGBT de países hostis quando seus esforços falham.


Tradução: Julio Severo
Fonte: Friday Fax
Divulgação: www.juliosevero.com
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