sexta-feira, 10 de julho de 2015

PAPA FRANCISCO PODE NOMEAR UMA MULHER CARDEAL



Não se trata de uma brincadeira. É algo que passou pela cabeça do papa Francisco: nomear uma mulher cardeal. Quem o conhece, dentro e fora da Companhia, antes de chegar à cátedra de Pedro, afirma que o primeiro papa jesuíta da igreja está destinado a surpreender a cada dia, não só com suas palavras mas também, e sobretudo, com seus gestos. E ele o está fazendo nos primeiros seis meses de pontificado.
Os que pensam que Francisco, com sua simplicidade de pároco de interior, sua linguagem plana e seu sorriso sempre nos lábios, seja um simples ou um ingênuo se equivocam. Este papa, que não parece papa, chegou a Roma da periferia da igreja com um programa bem concreto: mudar não só o aparelho enferrujado da máquina eclesiástica como também ressuscitar o cristianismo das origens.
O simbolismo de seus gestos começou desde que apareceu na sacada central da Basílica de São Pedro, vestido de branco e dizendo-se "bispo", pedindo que as pessoas na praça o abençoassem. Não perdeu desde então um minuto para semear de gestos inesperados seus primeiros meses de pontificado, para espanto de muitos, dentro e fora da igreja.
E o continuará fazendo. Por exemplo, com esse plano de tornar cardeal uma mulher. Ele sabe que o tema feminino dentro da igreja não está resolvido e não pode esperar. Ele o deixou claro com duas frases lapidares em sua última entrevista a "Civiltá Católica": "A igreja não pode ser ela mesma sem a mulher". Não é só uma afirmação. É uma acusação. A frase também pode ser lida assim: "A igreja ainda não está completa porque nela falta a mulher".
Como introduzir na igreja essa peça essencial, sem a qual a igreja "não pode ser ela mesma"? Foi o que disse na mesma entrevista: "Precisamos de uma teologia profunda da mulher".
E essa teologia, o papa dá a entender, não pode ser construída no laboratório do Vaticano, apadrinhada pelo poder. Está sendo construída pelas mulheres dentro da igreja: "A mulher está formulando construções profundas que devemos enfrentar", diz.


Francisco quer resolver esse problema durante seu pontificado porque está convencido de que a igreja hoje está manca e coxa sem a mulher no lugar que lhe corresponderia, que seria nem mais nem menos o que já teve no início do cristianismo, onde exerceu um enorme protagonismo. Pelo menos até que Paulo cunhou sua teologia da cruz e hierarquizou e masculinizou a igreja.
O papa sabe que para levar a cabo a revolução que tem em mente precisa "escutar" a igreja, não só a de cima, mas também a de baixo, onde estão se realizando, por parte da mulher, "construções profundas".
Poderia, entretanto, abrir caminho ele mesmo com alguns gestos que obrigariam a colocar com urgência o tema da mulher sobre o tapete, ou, se se preferir, sobre "o altar". E um desses gestos seria nomear uma mulher cardeal. É impossível? Não. Hoje, segundo o direito canônico, pode haver cardeais que não sejam sacerdotes, basta que sejam diáconos.
Mas, alguém poderia dizer, hoje a mulher ainda não pode ser diaconisa, como o foi há 800 anos e sobretudo nas primeiras comunidades cristãs. Pois essa é também uma das reformas que Francisco tem na cabeça. Não se trata de um dogma. A mulher poderia ser admitida ao diaconato amanhã mesmo.
Como escreveu Phyllis Zagano, da Universidade de Loyola em Chicago, a maior especialista da igreja nesse tema, "o diaconato feminino não é uma ideia para o futuro. É um tema do presente, para hoje". E conta que teria abordado o tema com o cardeal Ratzinger, antes de ser papa, que lhe respondeu: "É algo em estudo". Para Bento 16 ficou na ideia, mas o papa Francisco poderia acelerar o processo. Hoje, as igrejas Apostólica Armênia e Ortodoxa Grega, ambas unidas a Roma, já contam com diaconisas.
Chegada a mulher ao diaconato, o papa já pode, sem mudar o atual direito canônico, tornar uma mulher cardeal com o título de diaconisa. Mais ainda, bastaria mudar a atual norma para permitir que um laico, e portanto uma mulher, possa ser eleita cardeal, já que houve pelo menos dois casos na igreja em que foram nomeados cardeais dois laicos: o duque de Lerma em 1618 e Teodolfo Mertel em 1858.
O cardinalato não pressupõe a consagração presbiterial nem episcopal. Os cardeais são conselheiros do papa, e sua função principal é eleger o novo sucessor de Pedro. Há algum inconveniente em que uma mulher possa dar seu voto no silêncio do conclave? Seu voto valeria menos que o de um homem?
Um jesuíta me dizia: "Conhecendo este papa, não lhe tremeria a mão tornando cardeal uma mulher, e até lhe encantaria ser o primeiro papa que permitisse que a mulher pudesse participar da eleição de um novo papa".
Quando Francisco, em sua longa entrevista, insiste em que não quer fazer as mudanças precipitadamente e que prefere "escutar" a igreja, é porque essas mudanças, algumas surpreendentes, já estão em sua mente, talvez bem enumeradas. Quer apenas apresentá-las com o aval não só da hierarquia, como do povo de Deus.
Com este papa, como dizia Federico Fellini, "la nave va". Com Francisco, os pilares da igreja começam a se mover. E muitos começam a tremer. De medo. Dentro, e não fora da igreja. Fora começam a ressoar as notas do estupor e até da incredulidade. "Com este papa quase está me dando vontade de me tornar católica", escreveu ontem uma leitora neste jornal.
Algo se move, e talvez irreversivelmente na igreja, justamente no momento em que no mundo laico e político, no campo da modernidade, os relógios parecem ter parado, todos ao mesmo tempo.


Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

ANIMAIS MAIS VELOZES DO PLANETA


CONHEÇA OS ANIMAIS MAIS VELOZES DO PLANETA.

 

Clique sobre as fotos para saber mais sobre cada um deles.

Colibri - Calypte anna - Se tamanho for documento, o título de mais veloz dos ares pode pertencer, na verdade, ao beija-flor da espécie Calypte anna. Um estudo conduzido pelo pesquisador Christopher Clark, da Universidade da Califórnia, Berkeley, mostrou que o pássaro de apenas 10 centímetros de comprimento é dono de um recorde nas alturas. O colibri chega aos 98 km/h ao voar, bem menos que o do falcão-peregrino. 

Mas, quando se leva em consideração o tamanho de seu corpo, o beija-flor é campeão absoluto: ele atinge 385 comprimentos de corpo por segundo – o que supera em muito os 200 comprimentos de corpo por segundo do falcão. É a maior velocidade já registrada entre vertebrados. O mergulho em altíssima velocidade é parte do ritual de acasalamento do beija-flor macho e a manobra o submete a quase dez vezes o valor de aceleração da gravidade (G). Para ter ideia, em um carro de Fórmula 1, o corredor sente uma aceleração inferior a 2Gs.

Guepardo - Em terra firma, ninguém supera o guepardo. O grande felino é capaz de atingir velocidades superiores a 110 km/h e acelerar de zero a 72 km/h em apenas dois segundos. Você com certeza não iria querer ter um bichinho desses no seu encalço. 

A única chance de sobrevivência é vencê-lo pelo cansaço: o guepardo não é capaz de manter sua velocidade impressionante durante uma corrida prolongada, conseguindo correr a todo vapor apenas por distâncias de aproximadamente 500 metros.

Antilocapra - No quesito resistência, a antilocapra ganharia uma vantagem sobre o perigoso guepardo. O animal herbívoro, nativo da América do Norte, atinge a respeitável marca de 89 km/h, fazendo coiotes e gatos selvagens comerem poeira. 

Ótimos corredores, eles são capazes de botar o pé na estrada e viajar por diversos quilômetros mantendo uma velocidade estável. Ameaçada pela caça intensa, na década de 1920 a espécie esteve perto da extinção, contando então apenas 13 mil exemplares. Com controle da prática predatória, a população da antilocapra foi estabilizada e chega hoje a 1 milhão.

Avestruz - Se o falcão domina os ares, o avestruz é quem domina a terra – esta é a ave corredora mais rápida do mundo. Com tamanho imponente, os avestruzes podem chegar até 2,4 metros de altura e pesar 135 kg. Embora não voe, o animal de pescoço longo originário da África tem pernas fortes e ágeis, que permitem que ele atinja uma média de 64 km/h. 

Correr atrás dele (ou correr dele) não é fácil – um passo do avestruz pode cobrir até 5 metros. E, se avistá-lo ao longe, é bom se afastar: suas pernas são também excelentes armas e capazes de matar predadores como leões e humanos.

Golfinho - Além de ganharem o troféu de simpatia, os sempre sorridentes golfinhos também estão entre os primeiros colocados nas corridas marinhas – são os mais rápidos mamíferos do fundo do mar. 

Os inteligentes bichinhos, que podem chegar a medir 2,5 metros e pesar até 230 kg, podem atingir a marca de 30 km/h, precisando subir à superfície a cada dois ou três minutos para respirar.
Fonte: http://www.superposts4865.com.br/canal/animais/conheca-os-animais-mais-velozes-do-planeta.-/596255