sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ABORTO NOS CASOS DIFÍCEIS


ABORTO NOS CASOS DIFÍCEIS: UM TESTE PARA OS LÍDERES EVANGÉLICOS?

Julio Severo


A Bíblia diz que em determinada situação da vida do rei Ezequias, quando um grupo de pessoas importantes da Babilônia o visitou, “Deus o desamparou, para tentá-lo, para saber tudo o que havia no seu coração.” (2 Crônicas 32:31 RC)

Deus deixou de dirigi-lo diretamente, durante a visita do grupo, a fim de ver como o rei Ezequias, no desempenho de suas funções políticas, reagiria e como ele usaria todo o conhecimento e experiência bíblica que ele já possuía. Deus queria testar o coração dele.

Será que Deus pode também testar o coração dos seus líderes políticos hoje diante de grupos com intenções ocultas? Claro que sim.

Há numerosas evidências demonstrando que grupos bem financiados estão lutando para ampliar as leis de aborto no Brasil. Como sempre, eles se utilizam de casos complicados, manipulando-os de tal forma que o público é levado a apoiar o aborto em determinadas situações. É o que está acontecendo no debate sobre os bebês anencefálicos, crianças que nascem sem cérebro, mas não sem alma ou espírito.

Não é de estranhar que pessoas do mundo queiram a morte e destruição dessas crianças. O mundo está fazendo e apoiando muitas coisas estranhas, desde a queda de Adão. 

O que é realmente bizarro é que líderes evangélicos estejam assumindo uma postura que nada tem a ver com o chamado de Jesus. O próprio Jesus declarou que veio para trazer vida em abundância (veja João 10:10). É de supor que tal abundância de vida não tem nenhum espaço para a morte. Pelo contrário, onde há morte e doença, Jesus traz cura, restauração e vida.

Contudo, avaliando pelas declarações e opiniões pessoais de alguns pastores, o mundo não mais creria que Jesus veio para trazer vida em abundância. Com tal testemunho incorreto deles, o mundo e até muitos crentes poderiam chegar à conclusão errônea de que, nos casos de bebês anencefálicos ou concebidos no ato injusto de um estupro, Jesus veio para trazer morte e destruição.

Declarações biblicamente estranhas

Jornal da Câmara, publicado pela Câmara dos Deputados de Brasília, faz o seguinte comentário sobre o Dep. João Batista, da Igreja Universal do Reino de Deus:

O deputado João Batista (PFLSP) parabenizou o ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), por conceder liminar autorizando a interrupção da gestação quando existir laudo médico que ateste a anencefalia do feto, independentemente de a gestante dispor de ordem judicial… A autorização, na opinião do parlamentar, além de suprimira angústia e a frustração da gestante, mantém sua integridade física. “Sou pastor evangélico, no entanto, não posso misturar as coisas aqui. A vida humana e o bem-estar da população são muito mais importantes do que o apego a crenças sem que se olhe o contexto”. [1]

Outros líderes evangélicos também demonstram a mesma postura a favor da “interrupção da gravidez”, termo suave utilizado comumente para encobrir a expressão clara do aborto propositado. Em sua edição de 18 de julho de 2004, o jornal Folha Universal (órgão oficial da Igreja Universal), um bispo destaca seu apoio ao aborto nos casos em que um bebê é anencefálico ou foi concebido em situação de estupro. Ele diz:

A posição da Igreja Universal é sempre a favor da qualidade de vida e do bem-estar das pessoas. Nós entendemos que há casos em que a interrupção da gravidez é a atitude certa a ser tomada”.[2]

Provavelmente, esse bispo não sabe que o termo qualidade de vida também era empregado pelos nazistas para amparar sua ideologia de aborto e eutanásia, primeiramente utilizando os casos mais extremos para poderem promover sua ética de destruição, com todas as consequências hoje muito bem conhecidas. O que é espantoso é que uma igreja que se diz evangélica defenda o aborto em alguns casos, contrariando frontalmente o mandamento claro de Deus: Não Matarás. Nesse mandamento, Deus nunca abriu uma exceção sobre a vida humana inocente. Ele jamais disse que a destruição de um ser humano é proibida, menos nos casos em que um ser humano não tem uma qualidade de vida. O mandamento se refere apenas à proteção da vida em si, não à sua qualidade. Deus dá a vida e, com nossa abertura, vem dele a qualidade. A qualidade em si pode ser buscada, mas jamais usada como pretexto para destruir.

Nazismo e a questão da “qualidade de vida”

Os grupos pró-aborto, velhos aliados da causa da eutanásia, sempre agiram de maneira ardilosa. Em seus argumentos a favor da legalização do aborto, eles usam os casos raros e excepcionais para ganhar a simpatia do público e dos legisladores. Foi assim que eles conseguiram tornar o aborto legal nos EUA e na Europa: se concentrando na questão dos bebês em gestação com defeitos congênitos ou das mulheres que engravidam como consequência de estupro ou incesto. Hoje mais de 1 milhão de crianças são abortadas anualmente só nos EUA, e a maioria absoluta desses abortos não tem nada a ver com estupro, com incesto ou com defeitos congênitos, etc. Tem a ver simplesmente com os desejos da mãe.

O que poderia acontecer se até mesmo os políticos cristãos — a exemplo dos líderes da Universal — começassem a estimular o Brasil a abraçar leis de destruição de seres humanos sem qualidade de vida? Em 1922 na Alemanha, muito antes de o nazismo começar seu avanço, o jurista Karl Binding e o psiquiatra Alfred Hoche escreveram Legalizando a Destruição da Vida Sem Valor. Esse livro tentava provar que o sustento das pessoas inúteis causava despesas pesadas para o governo e para as famílias e recomendava o aborto e a eutanásia para os deficientes físicos e mentais.

Nessa época respeitados homens da classe médica, jurídica e psiquiátrica começaram a aceitar a idéia de que há opções compassivas de eliminar os que, de acordo com a ética deles, tinham uma vida que não produzia nada. Os médicos alemães, que eram considerados os mais avançados do mundo, começaram a promover a noção de que o médico deveria ajudar seus pacientes a morrer. A elite da classe médica defendia sterbehilfe, que em alemão significa “ajuda para morrer”, para os doentes incuráveis e isso era considerado wohltat, um ato misericordioso. [3]

Pouco tempo depois, com a alegação de ajudar a solucionar definitivamente os casos mais graves de gravidez, as leis alemãs passaram a permitir uma prática que decisivamente conduz à eutanásia: o aborto médico. Sob a ditadura nazista, a Alemanha foi o primeiro país europeu a legalizar o aborto. A nível mundial, a Rússia comunista foi o primeiro e a Alemanha o segundo. O Código Penal Alemão de 1933 diz:

O médico pode interromper a gravidez quando ela ameaça a vida ou a saúde da mãe e ele pode matar um bebê (na barriga da mãe) que tem probabilidade de apresentar defeitos hereditários e transmissíveis. [4]

Em seguida, veio a campanha preparando a população para a aceitação de leis para solucionar os casos graves envolvendo seres humanos que já haviam nascido. O primeiro caso de prática da eutanásia na Alemanha foi o de um recém-nascido cego e deformado. O próprio pai pediu que seu filho deficiente fosse morto, pois ele achava que uma vida com graves deficiências físicas não tinha sentido e qualidade de vida. A triste condição física do bebê foi amplamente divulgada pela imprensa. E muitos, aproveitando a oportunidade, fizeram campanhas para ganhar o apoio do público para a eutanásia. Em resposta a essas campanhas, Adolf Hitler autorizou um médico a dar uma injeção letal no bebê. Esse caso passou a ser usado, com a colaboração de alguns pediatras, para matar todos os recém-nascidos que tinham algum defeito. Logo os doentes mentais de todas as idades foram colocados na categoria de pessoas com vida inútil, e assim 275 mil pacientes alemães com doenças mentais acabaram sendo cruelmente mortos.

Em 1935, o Dr. Arthur Guett, Ministro da Saúde no governo nazista, disse:

Temos de acabar com o conceito enganoso de “amor ao próximo”, principalmente com relação às pessoas inferiores e aos que não têm uma vida social normal. É o supremo dever do governo dar vida e meios de sobreviver somente para os que são saudáveis…[5]

Por longo tempo, as execuções foram mantidas em segredo do povo por um sofisticado sistema de acobertamento. Tudo ocorria de forma rotineira e profissional: os especialistas em psiquiatria aprovavam os que deveriam ser sentenciados à morte e o governo cuidava do resto. Basta mencionar que a única coisa que o povo sabia era que os pacientes eram transportados para a Fundação de Caridade para a Assistência Institucional, e não mais voltavam. Na verdade, eles eram levados para câmaras de gás. A primeira câmara desse tipo foi projetada por professores de psiquiatria de 12 importantes universidades alemãs. [6] Os pacientes eram mortos com gás ou injeção letal na presença de especialistas médicos, enfermeiras e psiquiatras. [7]

O programa de eutanásia havia se tornado tão normal que os especialistas não viam mal algum em participar. O Prof. Julius Hallervordern, famoso neuropatologista (tão conhecido que determinada doença do cérebro leva seu nome: a doença de Hallervordern-Spatz) solicitou ao escritório central do programa o envio de cérebros de vítimas de eutanásia para seus estudos microscópicos. Enquanto as vítimas ainda estavam vivas, ele dava instruções sobre como os cérebros deveriam ser removidos, preservados e mandados para ele. Ao todo ele obteve das instituições psiquiátricas de eutanásia mais de 600 cérebros de adultos e crianças. [8]

As autoridades afirmavam manter o programa de eutanásia por puras motivações humanitárias e sociais. Inicialmente só os alemães tinham o “privilégio” de pedir ajuda médica para morrer, porque o governo alemão não queria conceder esse ato de “compaixão” para os judeus, que eram desprezados. É importante observar que os médicos alemães eram convidados, não forçados, a participar desse programa. Os médicos jamais recebiam ordens de matar pacientes psiquiátricos e crianças deficientes. Eles recebiam autoridade para fazer isso, e cumpriam sua tarefa sem protesto, muitas vezes por iniciativa própria. [9] Sua classe e literatura os havia condicionado a ver tudo como normal.

Em setembro de 1939, entrou em vigor a Ordem de Eutanásia de Hitler para toda a sociedade alemã:

A autoridade dos médicos é aumentada para incluir a responsabilidade de aplicar uma morte misericordiosa às pessoas que não têm cura. [10]

E em 1940 uma lei foi proposta que dizia:

Qualquer paciente que esteja sofrendo de uma doença incurável que leve à forte debilitação de si mesmo ou de outros pode, mediante pedido explícito e com a permissão de um médico especificamente nomeado, receber ajuda para morrer (sterbehilfe) de um médico. [11]

Pouco tempo depois foram considerados inúteis não só os doentes, os “indesejados sociais” e os opositores políticos, mas também pessoas de outras raças e religiões. E assim começou o Holocausto de 6 milhões de judeus, com suas tristes consequências até hoje.

Portanto, as atrocidades nazistas começaram com “pequenas” medidas “compassivas” na área política, médica e legal para permitir inicialmente a eliminação só de bebês e outros seres humanos com grave deficiência mental ou física. Essas medidas funcionaram como uma bolinha de neve que, quando desce do alto de uma grande montanha, vai aumentando de volume até virar uma imensa e incontrolável ameaça de destruição a todas as habitações humanas existentes no final da descida. A grande tragédia é que, no princípio, as igrejas evangélicas alemãs participaram — juntamente com os meios de comunicação — com seu apoio a essas “pequenas” medidas que foram adotadas pelo governo nazista, deixando que um homossexual louco levasse a Alemanha à sua total destruição durante a 2 Guerra Mundial. Hoje sabe-se, como fato histórico devidamente comprovado, que Hitler e grande parte da cúpula nazista escondiam convenientemente sua homossexualidade. [12]

Coincidentemente ou não, as mesmas “pequenas” medidas “compassivas” são hoje de modo geral aceitas não só pela Gaystapo, mas também por muitas igrejas espiritualmente desatentas que nada enxergam de estranho ou conspiratório nas atitudes políticas, médicas e legais para favorecer o aborto nas circunstâncias de bebês deficientes.

Logo que a 2 Guerra Mundial terminou e o nazismo foi completamente derrotado, o aborto voltou a ser proibido na Alemanha, menos no lado oriental, controlado pelos comunistas soviéticos. Com a invasão soviética, a ditadura comunista impôs o aborto na Alemanha Oriental, pois milhões de mulheres, moças e meninas alemãs ficaram à mercê de milhares de selvagens soldados soviéticos. Elas foram, durante anos, forçadas a servir os apetites sexuais dos estupradores comunistas, e o índice de aborto alcançou o número assustador e espantosamente alto de 2 milhões por ano! [13]

Assim como o nazismo, o comunismo sempre esteve ligado ao aborto, isto é, a destruição da vida sem valor e sem qualidade. Em toda a América Latina, Cuba possui a “distinção” de ter o ditador que mais tempo está no poder. Como todo país comunista, Cuba não fugiu à regra: foi a primeira nação latino-americana a legalizar o aborto. No Brasil, a maioria dos projetos de lei a favor do aborto no Congresso é de autoria de deputados de esquerda.

No princípio, tudo era bom

Hoje os bispos da Igreja Universal deixam claro sua aceitação da destruição, através do aborto, de certos bebês. Entretanto, nem sempre foi assim. Em 1993 um jornal paulistano da Igreja Universal declarava:

Segundo os ensinos bíblicos, Deus deu o livre arbítrio a todos os seres humanos, ou seja, a capacidade de cada um escolher o que deseja fazer com a própria vida. Mas o direito de conceder ou retirar a vida de uma pessoa pertence somente a Deus. Primeiro Samuel 2:6 diz: “O Senhor que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir”. Nenhum caso de estupro, riscos de uma criança nascer com defeitos físicos ou mentais, dá direito ao ser humano de retirar a vida de alguém. A Bíblia ensina que tudo é possível ao que crê (Marcos 9:23). Portanto, os casos que aos olhos da ciência parecem impossíveis, tornam-se possíveis sob os olhos de Deus. [14]

Em 1996, a Folha Universal dizia:

Esse procedimento (aborto), muitas vezes inconsequente, além de provocar a morte de um pequeno ser, que nem ao menos teve a chance de se defender, ainda pode levar a sua praticante à morte. Ora, ninguém tem o direito de tirar a vida de outra pessoa. [15]

Admirei tanto tal posição biblicamente saudável que procurei maneiras de encorajar mais a Igreja Universal em seus esforços para defender a vida humana. Tive o desejo de mandar ao jornal Folha Universal materiais úteis sobre aborto, para que pudessem escrever mais artigos éticos. Havia bons livros evangélicos sobre o assunto, porém me faltavam recursos. A única assistência disponível que consegui, sem nada pagar, foi de um amigo católico que distribuía um boletim mensal sobre a questão do aborto e outros problemas éticos, como controle populacional através de programas de controle da natalidade e camisinhas, etc.

Pela graça de Deus, tive maturidade espiritual para aproveitar tudo o que era bom nesse boletim, sem nunca aceitar nenhuma doutrina católica que fosse contrária aos meus princípios bíblicos. A própria Palavra de Deus nos instrui que não precisamos rejeitar tudo o que é útil, só porque a fonte não tem nossa espiritualidade: “Examinai tudo. Retende o bem”. (1 Tessalonicenses 5:21 RC) Eu achava que os líderes da Igreja Universal teriam a mesma capacidade cristã de avaliar tudo e ficar só com o que é bom, porém não consegui perceber que, em sua oposição à Igreja Católica, eles rejeitariam tudo o que viesse com algum tipo de rótulo católico, mesmo que o conteúdo fosse bom e útil e nada tivesse a ver com as doutrinas católicas com as quais, como evangélicos, não concordamos.

Mudança radical

Assim, a pedido meu, alguns setores da Igreja Universal, inclusive seu jornal, começaram a receber esse boletim em 1995 e 1996. A partir de então, comecei a ver a fúria deles dirigida não só contra a Igreja Católica, mas também contra a chamada posição pró-vida, que é a versão brasileira de pro-life, movimento cristão americano — formado por evangélicos e católicos — que luta para defender os bebês em gestação, procurando meios de derrubar leis de aborto. Ao que tudo indica, analisaram todos os boletins, enviados a eles com tanta consideração e carinho, e optaram por atacar a posição contrária ao aborto e outras questões, pela simples e única razão que a fonte das informações era católica. Em sua hostilidade anticatólica, preferiram atirar primeiro e fazer perguntas depois…

Na época, uma jornalista da TV Record — emissora pertencente à Igreja Universal — visitou meu amigo católico para conhecer seu trabalho em defesa da vida. Ele a recebeu de braços abertos, com todo o respeito, permitindo que ela visse tudo o que quisesse. A jornalista demonstrou interesse e elogio nas atividades e produtos voltados para defender os bebês em gestação contra a ameaça do aborto. No entanto, quando saiu a reportagem, o interesse e elogio deram lugar a denúncias e ataques, e meu amigo até hoje não entende o motivo por que seu respeito e consideração pela TV Record e sua jornalista não foram correspondidos.

Isolamento e desunião

Com o passar dos anos, a hostilidade dos líderes da Igreja Universal, e seu abandono da luta contra o aborto, só foi aumentando, a tal ponto que quando os deputados evangélicos no Congresso Nacional se unem com parlamentares católicos para barrar projetos de lei abortistas, os deputados da Universal optam por uma posição isolada dos evangélicos. Aliás, recentemente quando toda a bancada evangélica no Congresso se opôs à intenção do governo Lula de distribuir camisinhas para os alunos das escolas públicas, os políticos da Universal mais uma vez se isolaram dos evangélicos. Senti-me parcialmente responsável por tal mudança negativa, pois em todas as posições éticas que tentei encorajar a Universal, a reação foi oposta, com consequências hostis e fortemente negativas para importantes projetos de interesse ético para todos os cristãos do Brasil. Se quando um cristão está triste, todos ficam tristes, então quando um cristão assume um posicionamento infeliz, todos os outros cristãos também ficam tristes. O que nós evangélicos precisamos é de união, não isolamentos desse tipo, que geram enfraquecimento perigoso no nosso testemunho diante do mundo. A divisão entre líderes da Igreja Universal e outros líderes evangélicos no Congresso na questão do aborto só favorece os grupos que lutam para promovê-lo.

“Mas Jesus conhecia os pensamentos deles e disse: — O país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído. E a cidade ou a família que se divide em grupos que lutam entre si também será destruída”. (Mateus 12: 25 BLH)

A bancada evangélica no Congresso, composta por parlamentares de diversas denominações, tem feito um trabalho excelente em sua luta contra o aborto e o homossexualismo, e todos os deputados evangélicos — de todas as denominações — deveriam respeitar e apoiar tal união e esforço sincero. Jesus disse:

“Porque quem não é contra nós é por nós”. (Marcos 9:40 RC)

Entretanto, quando o Congresso trata da questão do aborto, invariavelmente a Folha Universal entra no debate a partir de um ângulo “secular” que nada mais faz do que fomentar justamente as forças políticas que há muito tempo lutam para que o ato médico de matar um bebê em gestação se transforme em direito humano.

Ignorância ou preconceito?

Mas no começo da década de 1990 tudo era bem diferente. A Folha Universal manifestava seu compromisso cristão, baseado na Bíblia, de defender os bebês em gestação contra o aborto intencional. O clima começou a mudar depois de 1995, quando a Igreja Católica publicou um documento que, com bases bíblicas certas, condena o aborto propositado. Daí, a Universal entendeu que precisava trocar sua postura e passou a tratar essa questão de modo radical. Em 1997, a Folha Universal declarava num editorial intitulado A Questão do Aborto:

Toda discussão que alguns grupos estão promovendo, principalmente a Igreja Católica, não passa de oportunismo para fortalecer suas posições, reestruturar suas bases e manter acesa a chama da hipocrisia. [16]

Então, na visão da Universal, a luta dos católicos contra o aborto não passa de oportunismo para manter acesa a chama da hipocrisia. Essa declaração explica o motivo por que eles têm se colocado em oposição a todos os pontos éticos tratados no boletim que meu amigo enviava a eles por minha direta solicitação. Provavelmente, na opinião deles o simples fato de o meu amigo pertencer à Igreja Católica o tornava automaticamente culpado de fazer parte de algum complô papal para destruir o mundo através de grupos católicos que lutam contra a legalização do aborto.

Preocupa-me o fato de que agora que a Igreja Católica publicou um documento contra o homossexualismo e o casamento gay, os líderes da Universal resolvam novamente mudar de postura e tratar essa questão de modo diferente.

Eu não concordo com certos ensinamentos da Igreja Católica. Mas só por causa disso vou me radicalizar e me opor a tudo o que os católicos dizem? Se um documento católico condena o aborto e o homossexualismo com base na Bíblia, então precisarei aprovar essas práticas, só para satisfazer preconceitos inúteis? Eu estaria demonstrando pura ignorância se passasse a aceitar, de uma forma ou de outra, o homossexualismo e o aborto só porque os católicos têm uma postura contrária!

Bom seria que os católicos seguissem a Bíblia mais do que certos dogmas religiosos. Contudo, a ignorância deles em algumas questões que nós evangélicos consideramos importantes não deveria nos tornar ignorantes com relação ao que eles declaram corretamente. Na verdade, em questões envolvendo homossexualismo, aborto e outros problemas éticos, não temos necessidade alguma de seguir a Igreja Católica, ou a Igreja Universal. Por que? Porque a Palavra de Deus é suficiente. Seguindo o que a Bíblia ensina, podemos ter uma posição ética a favor da vida — e vida em abundância — porque o próprio Jesus tem essa posição.

Enquanto vemos no meio dos próprios evangélicos, um número cada vez maior de líderes e igrejas se posicionando a favor do homossexualismo, aborto e outras perversões, por que deveria ser considerado errado apoiar a corajosa posição católica contra essas perversões?

Sempre me esforcei para encorajar os pastores evangélicos em seu importante trabalho de liderança. Foi por isso que fiz tudo o que pude para que a Folha Universal e outros setores da Igreja Universal recebessem mensalmente um excelente boletim católico contra o aborto em meados da década de 1990, sem porém imaginar que a reação viesse a ser tão preconceituosa e hostil contra os católicos. Na mesma época, também enviei ao Caio Fábio longa carta, encorajando-o a tomar uma posição mais forte em questões éticas como aborto, embora, nesse assunto, ele tivesse uma postura relativamente boa. Só fui receber dele uma resposta muitos anos mais tarde, quando ele leu uma mensagem minha denunciando as estranhas declarações dele sobre a questão homossexual. Eis as declarações dele:

Os únicos homossexuais que eu já vi serem “curados” são os que nunca foram.

Eu não tenho dúvida de que em muito breve ficará definitivamente provado — já se caminha com muita rapidez para isso— que a homossexualidade tem como fator preponderante a genética.

Há pessoas homossexuais que nunca praticaram um único ato homossexual, mas nem por causa disso deixaram de ser. São os eunucos por amor ao Reino de Deus.
É uma pena que não haja liberdade para as pessoas dizerem quem são. [17]

Com os argumentos estranhos que estamos vendo da Igreja Universal sobre o aborto e do Caio Fábio sobre homossexualismo, só dá para perguntar: O que está acontecendo com os evangélicos? É um paradoxo bizarro: Enquanto o papa — com todas as suas imperfeições — está tomando uma posição cada vez mais firme e bíblica contra o aborto e o homossexualismo, certos líderes evangélicos — com todas as suas “perfeições” — tomam, cada vez mais, o rumo oposto. A mudança deles tem sido tão radical que teme-se que algum dia eles venham a desculpar sua apostasia ética com a alegação de que a oposição ao aborto e ao homossexualismo é uma estratégia conspiratória do Vaticano para dominar o mundo. Talvez eles não saibam que os grupos pró-aborto e os grupos pró-homossexualismo — que se apoiam mutuamente em suas lutas e reivindicações — estão tirando vantagem da vacilação e ignorância de líderes evangélicos incapazes de perceber que estão diante das maiores batalhas éticas já travadas no mundo moderno.

É possível notar o que está lhes faltando: discernimento espiritual. Em 2002 o então bispo Rodrigues, deputado federal e um dos fundadores da Igreja Universal, garantiu que era tudo boato sem fundamento a preocupação dos evangélicos de que se Lula ganhasse as eleições seu governo se envolveria em questões homossexuais.[18] Lula acabou se tornando presidente, com a ajuda de evangélicos como Rodrigues, e hoje o Brasil encontra-se na vergonhosa posição de líder mundial na defesa do homossexualismo na ONU.[19] Vale a pena confiar em líderes evangélicos desse tipo?

O Deus Eterno diz: “Eu amaldiçoarei aquele que se afasta de mim, que confia nos outros, que confia na força de fracos seres humanos”. (Jeremias 17:5 BLH)

Assim diz o SENHOR: “Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do SENHOR”. (Jeremias 17:5 NVI)

A atitude correta é confiar no Senhor Jesus Cristo e praticar tudo o que ele já declarou e explicou em Sua Palavra. Mas para quem sente que precisa confiar também em fontes humanas, há uma pergunta importante. O que é mais impróprio: apoiar a posição dos imperfeitos católicos sobre aborto e homossexualismo ou apoiar a estranha posição de certos “perfeitos” líderes evangélicos nessas questões? Felizmente, Deus não nos dá somente fé, mas também bom senso e discernimento, a fim de que saibamos avaliar tudo e reconhecer o que é bom, seja de um evangélico ou católico.

Por que não apoiar as posições certas?

É irônico o que está acontecendo. Em sua preocupação e obsessão anticatólica alguns pensam que adotando uma posição bíblica forte contra o aborto ou homossexualismo correm o risco de colaborar com supostas tramas da Igreja Católica. O que eles não enxergam é que sua posição menos firme nessas questões está ajudando, de modo concreto, grupos que realmente têm uma estratégia conspiratória. Esses grupos já estão colocando em prática sua estratégia e alcançando grandes avanços em seus esforços para promover na sociedade maior abertura para o aborto e o homossexualismo. Jesus disse sobre situações desse tipo:

“Guias cegos! Coam um mosquito, mas engolem um camelo!” (Mateus 23:24 BLH)

O Papa João Paulo 2 pode não enxergar muitas das verdades bíblicas que muitos evangélicos enxergam muito bem. No entanto, ele tem enxergado algumas realidades que alguns evangélicos estão rejeitando por puro preconceito anticatólico. O papa atual tem, como ninguém em toda a Cristandade, falado claramente sobre questões éticas importantes. Apesar de tudo nele com que não concordamos, ele tem sido uma voz correta nas opiniões cristãs contra o homossexualismo e aborto. Ele está falando o que nós evangélicos deveríamos estar falando publicamente. Embora não aceitemos alguns dogmas do catolicismo, não dá para discordar quando o papa diz que o homossexualismo é pecado, sabendo muito bem que os meios de comunicação não perdoam a ninguém — nem mesmo ao papa — o pecado mortal da “homofobia”. Algum tempo atrás, ativistas gays europeus tentaram levar esse homem a um tribunal internacional unicamente por causa de sua afirmação de que a Bíblia condena o homossexualismo! Recentemente, quando o Vaticano publicou um documento contra o casamento gay, militantes homossexuais ameaçaram levar à justiça as livrarias que ousassem colocar esse documento à venda.

Até agora, nenhuma denominação evangélica publicou, em documento, uma posição pública contra o homossexualismo, o casamento gay, a adoção de crianças por casais gays, projetos políticos a favor do homossexualismo, etc. Pelo contrário, já há casos de pastores casando gays e até pastores e bispos evangélicos que estão assumindo publicamente sua homossexualidade e casando com gays!

Portanto, não há motivo algum para hostilizarmos as medidas éticas dos católicos que estão de acordo com os princípios bíblicos. Compreendendo os graves riscos que os grupos pró-aborto e pró-homossexualismo representam para a sociedade, alguns líderes evangélicos estão demonstrando muito bom senso e, em vez de darem espaço para improdutivos preconceitos anticatólicos, estão apoiando as posições católicas que favorecem a ética cristã. O evangelista internacional Billy Graham declarou sobre o papa atual, que é considerado o maior opositor cristão ao homossexualismo e o aborto:

Ele ficará na história como o maior Papa moderno. Ele tem sido uma forte consciência do mundo cristão inteiro. [20]

O Dr. James Dobson, conhecido psicólogo evangélico e autor de muitos livros (inclusive Ouse Disciplinar, publicado pela Editora Vida), comenta sobre seu relacionamento com católicos sinceros que lutam pelo que é bom:

Em assuntos de família, temos mais pontos de acordo do que desacordo, e com relação a questões morais envolvendo aborto, sexo antes do casamento, a ideologia do “sexo seguro” e homossexualismo, sinto mais afinidade com os católicos do que com alguns de meus irmãos e irmãs evangélicos. [21]

Não existe um campo neutro na questão ética do aborto e homossexualismo. Billy Graham e James Dobson não estão abandonando suas convicções bíblicas essenciais quando apoiam católicos que demonstram um posicionamento ético correto. Contudo, os evangélicos que estão seguindo as disposições de grupos pró-aborto ou pró-homossexualismo podem estar comprometendo seriamente não só seu testemunho diante do mundo, mas também sua posição diante de Jesus Cristo.

Ajudando, conscientemente ou não, os grupos pró-aborto

Ao tratar a questão do aborto de um modo secular a Igreja Universal apenas facilita a ação dos grupos feministas defensores do aborto. Usando de meias-verdades e eufemismos essas organizações procuram passar a ideia de que o aborto legalizado é seguro.

Quando essas organizações se referem a ‘aborto seguro’ não dizem toda a verdade: o aborto nunca é seguro para a criança em gestação. Por outro lado, nos países onde o aborto foi legalizado muitas mulheres têm seus úteros perfurados, têm como consequências infecções e há muitos casos registrados de mulheres que morrem nas mãos de médicos, segundo depoimento do Dr. Bernard Nathanson no documentário O Grito Silencioso.
Não será legalizando o aborto que vai se acabar com o aborto clandestino e nem com a morte de gestantes e seus filhos. Nos países em que o aborto foi legalizado continuam os abortos clandestinos por vários motivos: gravidez resultante de adultérios, gestantes adolescentes que desejam esconder a gravidez e o aborto de seus pais, etc.

Infelizmente, até mesmo um conhecido bispo da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra entrou no debate do aborto, seguindo os passos dos líderes da Igreja Universal. Ele está apoiando o aborto nos “casos previstos no código penal”, que incluem os bebês concebidos no injusto ato de um estupro. Sua posição foi devidamente registrada num site do governo Lula, que declarou:

Para o bispo da Sara Nossa Terra, Robson Rodovalho, o aborto é aceitável nos casos previstos no código penal e para a má formação fetal, mas desde que o bebê ainda não esteja desenvolvido. [22]

Há esperança

Será que Jesus ofereceria morte para um bebê concebido no injusto ato de um estupro? O que ele tem a ver com morte, destruição e aborto? Se ele não os apoia, então por que alguns de seus seguidores estão apoiando?

É difícil comentar todo esse impensado apoio evangélico diante do altar sacrificial do aborto, principalmente quando vem de líderes que têm a responsabilidade de representar, em seu testemunho diante do mundo, Aquele que veio para trazer vida em abundância. Ser a favor apenas de alguns tipos de destruição não é tão ruim quanto apoiar todos os tipos de destruição, mas ainda assim é fazer uma “pequena” concessão para aquele que veio para matar, roubar e destruir. Afinal, aborto sempre foi e sempre será a morte e destruição de uma vida inocente. Para entender melhor a questão do aborto, principalmente nos casos de gravidez resultantes de estupro, recomendo meu artigo Aborto: Tragédia ou Direito.

Além disso, é preciso lembrar que todo ser humano, independente de idade ou deficiência física, possui não só um corpo, mas também um espírito criado de acordo com a semelhança de Deus. Assim, Jesus espera de nós muito mais do que só preocupação e oração em favor da vida humana inocente que se encontra ameaçada. Ele também espera algum tipo de ação.

“Procure salvar quem está sendo arrastado para a morte. Você pode dizer que o problema não é seu, mas Deus conhece o seu coração e sabe os seus motivos. Ele pagará de acordo com o que cada um fizer”. (Provérbios 24:11-12 BLH)

Mesmo diante de uma imprensa ardilosa pronta para aplaudir tudo o que é a favor do aborto e do homossexualismo e pronta para tratar com desprezo toda opinião contrária, há líderes evangélicos se levantando, dispostos a não falhar em seu testemunho em favor dAquele que veio para trazer vida, não morte, ao mundo. O Dep. Milton Cardias, que é pastor evangélico, denunciou as graves irregularidades e pressões envolvidas nos esforços de certos grupos, instituições e indivíduos para aprovar o aborto, utilizando-se dos casos de bebês com anencefalia — casos que, juntamente com as situações de bebês concebidos durante um injusto ato de estupro, podem se tornar fendas e rachaduras na grande represa de derramamento de sangue inocente do aborto. Ele destacou como a legalização do aborto é do interesse da Marta Suplicy, militante do PT que tem um projeto de lei nesse sentido no Congresso Nacional. O Dep. Cardias, em discurso no Congresso, declarou corajosamente sobre a questão do aborto de bebês anencefálicos:

Tenho como convicção pessoal, de fé, regra e conduta, como Ministro do Evangelho, que o único que pode dar e tirar a vida é o próprio criador, que é Deus, nosso Senhor. [23]

Como evangélico, é preferível se colocar ao lado da posição cristã do Dep. Cardias do que se alinhar com gente como a Marta Suplicy, conhecida apoiadora das reivindicações mais radicais da militância gay.

Por causa de Jesus Cristo, somos otimistas, crendo que quem é de Cristo sabe seguir seu Mestre em todas as questões, mesmo envolvendo aborto e homossexualismo. Quanto aos que mudaram de posição, Jesus nunca deixa de lhes dar oportunidades. Com a ajuda de nossas orações e a preciosa misericórdia de Deus, mais cedo ou mais tarde eles poderão acordar e aproveitar essas oportunidades. Jesus diz:

“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”. (Apocalipse 2:5 RA)

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”. (Apocalipse 3:19-22 RC)


Qual Sua Opinião a respeito?

© Copyright 2004 Júlio Severo. Proibida a reprodução deste artigo sem a autorização expressa de seu autor. Júlio Severo é autor do livro O Movimento Homossexual, publicado pela Editora Betânia. Para mais informações: www.juliosevero.com
Notas finais:
[1] Jornal da Câmara. Brasília, 11 de agosto de 2004, pág. 5.
[2] Folha Universal, 18 de julho de 2004, pág. 8A.
[3] J. C. Willke, Assisted Suicide & Euthanasia (Hayes Publishing Co.: Cincinnati-EUA, 1998), p. 6.
[4] Dr. & Mrs. J. C. Willke, Abortion: Questions & Answers (Hayes Publishing Company, Inc.: Cincinnati-EUA, 1990), p. 193.
[5] Citado em Dr. Paul Marx, And Now… Euthanasia (Human Life International: Washington, D.C., EUA, 1985), p. 70.
[6] Dr. & Mrs. J. C. Willke, Abortion: Questions & Answers (Hayes Publishing Company, Inc.: Cincinnati-EUA, 1990), p. 229.
[7] Os especialistas envolvidos no programa de eutanásia eram tão importantes e famosos que até hoje seus nomes são mencionados na literatura psiquiátrica, médica e jurídica internacional. Ver J. C. Willke, Assisted Suicide & Euthanasia (Hayes Publishing Co.: Cincinnati-EUA, 1998), p. 37.
[8] J. C. Willke, Assisted Suicide & Euthanasia (Hayes Publishing Co.: Cincinnati-EUA, 1998), p. 47.
[9] J. C. Willke, Assisted Suicide & Euthanasia (Hayes Publishing Co.: Cincinnati-EUA, 1998), pp. 8,9.
[10] Dr. & Mrs. J. C. Willke, Abortion: Questions & Answers (Hayes Publishing Company, Inc.: Cincinnati-EUA, 1990), p. 193.
[11] J. C. Willke, Assisted Suicide & Euthanasia (Hayes Publishing Co.: Cincinnati-EUA, 1998), p. 10.
[12] Informações abundantes desse fato são encontradas no livro O Segredo de Hitler, publicado em 2001 pela Editora Objetiva, escrito pelo historiador alemão Lothar Machtan.
[14] Tibuna Universal, nº 19, 1993, pág. 2.
[15] Folha Universal, 31 de março de 1996, pág. 3.
[16] Folha Universal, 7 de setembro de 1997, pág. 2A.
[17] http://www.rhemanet.com.br/sites/caiofabio/Artigos/art_textos/artigos.textos.asp?id=1992&tp=32
[23] Discurso no Congresso Nacional manifestando posição contrária à liminar concedida pelo STF aprovando abortos em casos de anomalia fetal – Pr. Milton Cardias – Dep. Fed. PTB/RS – 11 de agosto de 2004.