domingo, 15 de maio de 2016

MULHERES DA BÍBLIA

Mulheres da Bíblia Que Fizeram a Diferença, e Estavam além de seu Tempo



Um exército feminino na Terra
Por Nilbe Shlishia


Elas fizeram a diferença em seu tempo. Mesmo com todas as limitações que possuíam, conseguiram deixar seu registro no livro mais importante do mundo: a Bíblia.

Ana – graciosa. (1 Samuel 1.1-2.21). É uma das verdadeiras grandes mulheres da Bíblia. Viveu por volta de 1170 anos antes de Cristo. Seu marido Elcana a amava, mas ela era muito infeliz porque não tinha nenhum filho. Ficava especialmente afligida todo ano quando iam a Siló, para adorar o Senhor. Em um determinado ano, o coração dessa mulher comoveu-se tanto que, quando foram à casa de Deus para orar, fez um voto maravilhoso a Ele. Pediu-Lhe um filho e prometeu que, se a sua prece fosse ouvida, dedicaria a criança a Deus por todos os dias de sua vida. Eli, o sacerdote, viu os lábios dela se movendo em uma oração silenciosa e achou que estivesse embriagada, mas ela lhe assegurou que era somente uma profunda amargura que ele via em seu semblante. Pense na fé e na determinação que tinha que ter na sua coração para prometer seu filho á Deus, mesmo antes de nascer.

Deus honra esse tipo de fé diante dEle e amor a Sua causa, então, abençoou Ana e ela concebeu e teve um filho, o qual chamou Samuel, que significa "ouvido pelo Senhor," pois ela sabia que esse filho era a resposta a sua oração. Depois do nascimento de Samuel, Ana não foi a Siló no tempo de costume, mas disse que iria esperar até desmamar sua primeira criança. Então, levaria ele consigo e o apresentaria a Deus, como havia prometido em sua oração. Depois que Samuel foi desmamado, levou-o à casa de Deus, em Siló, e deixou-o lá para servir o Senhor.
Isso pode parecer muito estranho para nós, mas agradou ao Senhor, porque tinha grandes planos para Samuel. Tornar-se-ia um grande profeta de Deus. Quanto a Ana, Deus a abençoou muito por sua devoção e obediência. Mais tarde, teve três filhos e duas filhas. Quando colocamos Deus em primeiro lugar, Ele sempre resolve nossos problemas melhor do que podemos fazer.


Abigail – Uma das esposas de Davi, foi mulher de Nabal. Esse era duro e maligno em todo o seu trato. Precisando Davi e seus homens de alimento em uma certa ocasião, Nabal negou-se a ajudá-los mesmo tendo anteriormente usufruído de favores dos homens de Davi. Diante do desprezo de Nabal, Davi deu ordem a seus homens para que destruíssem tudo que pertencesse a Nabal até o amanhecer. 

Abigail soube da atitude insensata e egoísta do marido, se antecipou apressadamente e separou duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos.

Quando Abigail se encontrou com Davi e intercedeu pela paz, este disse: “Bendito o Senhor, Deus de Israel, que, hoje, te enviou ao meu encontro. Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue e de que por minha própria mão me vingasse.”

Bate-Seba – Era esposa de Urias, um guerreiro heteu a serviço do rei Davi. Passeando uma tarde pelo terraço do palácio, Davi ficou impressionado com a beleza de Bate-Seba, que estava se banhando em sua casa. Davi a seduziu e chegou ao cúmulo de expor seu marido Urias à morte em uma batalha, colocando-o a combater sozinho, mesmo sem chance de sobreviver (2 Sam.11). Bate-Seba engravidou de Davi, mas a criança morreu por juízo de Deus ( 2 Sam 12:15-18).

Bate-Seba tornou-se uma das esposas de Davi e teve mais quatro filhos, incluindo Salomão, que sucedeu a Davi no trono.(I Crô.3:5). Bate-Seba e o profeta Natã convenceram Davi a coroar Salomão como Rei de Israel (I Reis 1:5-40). Ela é mencionada na genealogia de Jesus Cristo, em Mateus 1:6.

Dorcas - gazela Dorcas era uma viúva cristã que morava em Jope, notável pelas boas obras e esmolas que fazia. Quando ela adoeceu e faleceu, suas, amigas mandaram chamar a Pedro. Assim que este chegou, as viúvas o cercaram, chorando e mostrando as roupas que Dorcas fizera para elas. Após orar, Pedro fez Dorcas reviver. Atos 9.36-43

Jeoseba – Era filha do rei Jorão, tia de Joás, esposa do sacerdote Joiada, uma mulher que amava a Deus juntamente com seu esposo.
Ao saber que a rainha Atalia iria exterminar os possíveis herdeiros que ameaçassem o seu governo no trono, mostrou-se corajosa, escondendo o menino Joás da linhagem real. Jeoseba escondeu o pequeno Joás e a sua ama em um dos aposentos do templo para salvá-lo. Jeoseba manteve o menino em segurança por seis anos, até que fosse feito rei para reinar em Judá (2 Reis 11:1–3).

Lídia - natural da Lídia. Lídia, uma comerciante de Tiatira que vendia púrpura, creu no Senhor mediante a pregação de Paulo Atos 16.11-15, e se tornou uma líder da Igreja em sua casa, isso é visto em algumas das saudações de Paulo

Rute – Rompeu com as tradições e costumes de seu povo, deixou para trás laços que havia aprendido desde a mais tenra infância e abandonou seus deuses para servir ao Deus Altíssimo, que sua sogra havia lhe apresentado. Rompeu completamente com o paganismo politeísta para ser monoteísta. Sua lealdade com a sogra Noemi foi extraordinária: “Porque aonde quer que tu fores, eu irei.”

Miriã – Foi quem pôs o bebé Moisés numa cesta revestida de betume e a colocou no Rio Nilo, ficando de perto vigiando o destino do seu irmão. Foi também adoradora com cantos e tamborins.

Débora  Era juíza e também profetisa do Senhor, mulher a quem Deus usara poderosamente. Louvada por sua coragem e sagacidade militar (Juízes 4).

Hulda – Mulher de Salum, o guarda-roupa, filho de Ticva, filho de Harás. Ela habitava a cidade baixa de Jerusalém e foi usada por Deus para falar ao povo de Israel (2 Reis 22).

A rainha Ester – Livrou Israel da extinção tramada pelo perverso Hamã (Ester 4-8). Ela foi capaz de arriscar sua própria vida em prol de todo um povo. Enfrentou os inimigos de sua gente com bravura, sabedoria e inteligência.

Maria Madalena - Maria recebeu o nome de Madalena por causa da cidade de onde veio, Magdala. Jesus expulsou dela sete demônios e ela se tornou sua seguidora, ficando perto da cruz quando ele morreu. Maria Madalena foi à primeira pessoa a quem Jesus apareceu após sua ressurreição. Mateus 9.27:55; 28. 1-10; Marcos 15.40; 16.1-8; Lucas 8.2; João 19.25; 20.1- 18.Por causa dessa auto declaração, Deus a castigou com lepra, sendo confinada no campo e a viagem de Israel foi parado. Isso deve nos ensinar o quão grandemente podemos ser usados quando somos dispostos a ser desconhecidos como em Êxodo 2.4-8, e o obstáculo que nos tornamos quando teimamos ter a autoridade e posição que Deus não nos ordenou.


Priscila - a antiga Seis das sete vezes em que Priscila e Áqüila são mencionados no Novo Testamento, o nome de Priscila aparece antes do de Áqüila, e por esse motivo chegou-se à conclusão que Priscila foi excepcional de alguma forma. Eles convidaram Apolo para falar em seu lar quando moravam em Éfeso. Paulo dava muito valor a Priscila e Áqüila, chamando-os de cooperadores em Cristo que arriscaram suas vidas por ele e a quem todas as igrejas gentias deviam gratidão. Atos 18; Romanos 16.3; 1 Coríntios 16.19; 2 Timóteo 4.19.


Uma mulher cujo nome é desconhecido salvou as vidas dos espias que Davi mandou a Jerusalém (2 Samuel 17:17–21).

Outra mulher sábia, cujo nome não é mencionado, impediu que Joabe destruísse uma cidade, ao persuadir seus habitantes a cortar a cabeça de Seba, atirando-a para Joabe, do lado de fora dos muros
da cidade (2 Samuel 20:16–22). Assim, ela ajudou a pôr fim a uma rebelião contra Davi.

Outra mulher alimentou o profeta Elias (1 Reis 17:9–15).

Um mulher eminente providenciou comida e um quarto para o profeta Eliseu (2 Reis 4:8–10).

Maria, mãe de Jesus, é exemplo de uma grande mulher. Ela se dispôs a dar de si mesma para servir humildemente a Deus. Quando o anjo anunciou que o corpo dela seria o instrumento pelo qual Cristo viria ao mundo, ela respondeu modestamente: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra.” (Lucas 1:38)

Várias mulheres, utilizando recursos próprios, supriram as necessidades de Jesus e dos apóstolos (Lucas 8:1–3; Mateus 27:55; Marcos 15:41). Entre elas estavam Marta, irmã de Lázaro, e Maria (Lucas 10:38–42; João 12:2).

Uma samaritana, cujo nome não é mencionado, recebeu a grande lição sobre a verdadeira adoração no poço de Jacó, e levou uma cidade inteira a ouvir Jesus (João 4:21–42).

Maria, irmã de Lázaro, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo. Foi o maior feito de adoração a Jesus. 

Uma mulher, em Betânia, ungiu Jesus na casa de Simão. Ela aproximou-se do mestre trazendo um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo que derramou sobre a cabeça dele, estando ele à mesa. Jesus explicou que aquele gesto da mulher, de derramar o perfume sobre Seu corpo, ela havia feito já O preparando para o sepultamento (Mateus 26:7–13).

Conclusão:

Após a morte de Jesus, muitas mulheres continuaram a pregar o seu Evangelho, direta ou indiretamente. Nos dias de hoje, um verdadeiro exército feminino trabalha para Deus. Seja dentro das igrejas, em missões, ou em centenas de outros ministérios espalhados por todo o mundo. Parabéns, mulheres agraciadas, por esse dia tão especial.



Fonte e Créditos à: 
http://centralizadosemcristo.blogspot.com.br/2013/03/mulheres-da-biblia-que-fizeram.html#.VzjfUJErLIU

ANGÉLIQUE NAMAIKA:

Angélique Namaika: gestos e ações que curam feridas abertas pela violência no Congo



© NRC/ A. Ackerman
Irmã Angélique ouve uma jovem deslocada. Muitas das mulheres sob seus cuidados são sobreviventes de estupro que, estigmatizadas, foram afastadas por suas famílias e comunidades.
BRASÍLIA, 27 de setembro de 2013 (ACNUR) – O sorriso aberto e franco no rosto é uma de suas marcas registradas. Aos 46 anos, a freira congolesa Angélique Namaika não deixa que a dura realidade da cidade de Dungu, na Província Oriental da República Democrática do Congo (RDC), apague sua esperança no futuro.  

A bordo de sua bicicleta, ela percorre diariamente as ruas empoeiradas da vila onde mora, região devastada por 30 anos de guerra civil, para dar apoio às mulheres vítimas da violência relacionadas ao conflito interno do Congo.

O trabalho desta freira católica, que por meio do seu Centro para Reintegração e Desenvolvimento já apoiou mais de duas mil mulheres congolesas, acaba de ser reconhecido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que a concedeu o prestigiado Prêmio Nansen para Refugiados. O prêmio será concedido na próxima segunda-feira, dia 30 de setembro, em Genebra.

Freira desde 2000, Angélique optou por dedicar sua vida às mulheres congolesas obrigadas a deixar suas casas para escapar da violência de grupos rebeldes armados, como o Exército de Resistência do Senhor (LRA, em inglês), originário de Uganda. O conflito no Congo já deslocou cerca de 2,6 milhões de pessoas, e aproximadamente 320 mil seguem nesta situação na Província Orientale.

Entre as jovens ajudadas pela Irmã Angélique estão muitas ex-prisioneiras do LRA, vítimas da violência de gênero – como o estupro, por exemplo. Quando conseguem escapar do cativeiro, essas mulheres precisam enfrentar o trauma e a discriminação por parte da própria comunidade para tentar se reintegrar à sociedade.

Atualmente, 150 mulheres são atendidas pelo Centro para Reintegração e Desenvolvimento, associação da qual a Irmã Angélique é co-fundadora. Desde que o centro foi criado, em 2008, mais de 2 mil mulheres já foram atendidas. Elas frequentam aulas de alfabetização e aprendem um ofício, como costura ou culinária. Juntas, encontram a força necessária para recuperar a autoestima e reconstruir suas próprias histórias.

Leia a seguir os principais trechos de uma entrevista concedida pela irmã Angélique Namaika para jornalistas brasileiros, que também contou com a participação do ACNUR.

A senhora passou por uma situação semelhante às das mulheres assistidas pelo Centro para Reintegração e Desenvolvimento. Como foi essa experiência?

Angélique Namaika: Fui forçada a deixar minha comunidade em 2009, por quatro meses, após um ataque do LRA. Fui para Zungi e fugi quase 100 quilômetros, mata adentro. No primeiro dia estava muito assustada, porque não sabíamos para onde estávamos indo. Fugimos para um lugar com muitas arvores, mas não havia nada para comer. Tínhamos que sair em busca de comida, sempre com o temor de ser capturados pelo LRA. Quando chovia tínhamos uma preocupação a mais, porque tudo ficava molhado ao nosso redor. Eu ficava muito angustiada e cantava uma música para mim mesma, rezando e pedindo pela ajuda de Deus. Só depois de quatro meses conseguimos retornar para Dungu.

Quais os principais abusos reportados pelas mulheres vítimas do conflito no Congo?

Angélique Namaika: Em primeiro lugar, abuso sexual. Assim que elas são capturadas, as jovens são dadas aos rebeldes como esposas. Ainda sofrem violência física, como espancamento. Uma delas têm seus lábios mutilados. Mulheres e meninas também são submetidas a trabalhos forçados. Alguns meninos voltam com as mãos amputadas.

Como fazer para que o mundo tenha conhecimento dessa situação?

Angélique Namaika: Parte do meu trabalho é dedicada a divulgar esta situação. Já tive encontros com políticos e formuladores de políticas nos países vizinhos ao Congo, e participei recentemente, em Genebra, dos Diálogos sobre Fé e Proteção promovidos pelo ACNUR. Tive ainda a oportunidade falar no Conselho de Segurança da ONU sobre o problema, falando que as mulheres congolesas precisam de ajuda.

Por que você optou por seguir no Congo em vez de pedir refúgio em outro país?

Angélique Namaika: Amo meu país. Nós, freiras da minha congregação, buscamos ficar nos nossos próprios países. Escolhi ser freira porque foi uma decisão de Deus. Quando eu tinha nove anos, vi uma freira ajudando as pessoas e decidi que também iria me tornar uma freira. Deus ouviu isso.

De que forma sua história pessoal contribui para o seu trabalho com essas mulheres?

Angélique Namaika: Minha situação como deslocada interna me inspirou a entendê-las e a querer ajudar. Quando vejo essas mulheres, lembro que eu não tinha ninguém que me ajudasse. Então, vou todos os dias aos lugares onde elas estão. Uma coisa muito importante é que elas estejam juntas com outras mulheres. Assim, elas podem ser ouvidas e dividir suas experiências. Suas histórias são horríveis, e elas são muito vulneráveis.

Poderia contar uma das histórias das mulheres ajudadas pelo Centro para Reintegração e Desenvolvimento?

Angélique Namaika: Uma garota foi sequestrada aos 14 anos e passou um ano e meio capturada, vivendo na selva. Quando saiu, estava grávida e não encontrou apoio, e ficava no mercado local de Dungu pedindo ajuda. Fui procurada por moradores da cidade e encontrei a menina. Inicialmente, ajudei-a com comida e atendimento médico. Vi também que ela precisava se tornar independente para reconstruir sua vida. Ensinamos a fazer pão e a costurar. Outro problema é que ela foi rejeitada pela mãe, que dizia que ela era culpada por ter sido raptada pelo LRA. Busquei reconciliá-la com sua família, mas a jovem estava tão desorientada que deixou o bebê comigo e voltou para a selva. Um mês depois, quando ela voltou para Dungu, ela foi aceita novamente por sua família. Ela e sua mãe se reconciliaram e hoje estão bem. A boa noticia é que a jovem se casou e tem um segundo filho. Ela trabalha fazendo pães e ganha recursos suficientes. Ela está feliz.

Como a senhora recebeu a notícia de ter sido a ganhadora do Prêmio Nansen para Refugiados?

Angélique Namaika: Foi uma surpresa para mim. E me deixou muito feliz! Estou muito agradecida. Uma vez, chorei porque estava fazendo meu trabalho sozinha. Quando ganhei o prêmio, pensei: ‘Então o mundo sabe sobre esse pequeno trabalho que eu faço?’. Então vi que esse trabalho não é só meu, ele também é de Deus, que me dá coragem para seguir ajudando essas mulheres. Esse prêmio também é delas, e vai ajudar no trabalho que elas estão fazendo. Eu peço a Deus para não ficar orgulhosa, mas seguir agindo de forma simples e ajudando essas mulheres. Agradeço muito às equipes do ACNUR e vejo que não estou sozinha. Se eu conseguir ajudar apenas uma mulher, já será um sucesso. Peço a Deus que me mantenha uma pessoa simples e que possa continuar ajudando essas mulheres. 

Por Júlia Tavares, de Brasília.
Por: ACNUR

CONGOLESA QUE AJUDA VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA GANHA PRÊMIO DA ONU



Angélique Namaika ganhou o Prêmio Nansen, da agência  para refugiados.
Freira já ajudou mais de duas mil mulheres vítimas do grupo rebelde LRA.


Irmã Angélique Namaika é a vencedora do Prêmio Nansen 2013 (Foto: Acnur/B. Sokol)


Irmã Angélique Namaika é a vencedora do Prêmio
Nansen 2013 (Foto: Acnur/B. Sokol)

Ela já ajudou mais de duas mil mulheres vítimas do grupo guerrilheiro Exército de Resistência do Senhor (LRA, em inglês), que atua em Uganda e na República Democrática do Congo e nesta terça-feira (17), a freira congolesa Angélique Namaika foi condecorada com o prêmio Nansen, oferecido pelo Alto Comissariado da ONU para refugiados, o Acnur. 

Angélique comanda, desde 2003 o Centro para Reintegração e Desenvolvimento, onde oferece treinamento e acolhimento às mulheres que sofreram abusos sexuais e agressões físicas e psicológicas. Ela foi uma refugiada por causa da guerrilha, por quatro meses, e apesar de não ter sofrido abusos, se mobilizou para ajudar. "Comecei esse trabalho pois quando era pequena vi uma freira no meu vilarejo e fiquei inspirada por ela", disse Angélique em entrevista por telefone ao G1.

Segundo o Acnur, desde 2008, aproximadamente 320 mil pessoas têm sido forçadas a deixar a província Orientale (da DRC). Muitas meninas quando são sequestradas são entregues aos rebeldes como 'esposas'. Há muitos casos de agressões físicas e algumas tiveram os lábios cortados e sofreram outros tipos de mutilação.

"Essas mulheres estão traumatizadas, são vulneráveis, tanto para achar comida para a família quanto para mandar seus filhos para a escola", contou Angélique.

O Prêmio Nansen tem o apoio dos governos da Suíça e da Noruega além da Fundação Ikea, e dá ao ganhador a quantia de US$ 100 mil.


Irmã Angélique (de preto) ensina mulheres a costurar na remota cidade de Dungu, uma das mais afetadas por deslocamento e atividades do LRA na região nordeste da República Democrática do Congo (Foto: Acnur/B. Sokol)
Irmã Angélique (de preto) ensina mulheres a costurar na remota cidade de Dungu, uma das mais afetadas por deslocamento e atividades do LRA na região nordeste da República Democrática do Congo (Foto: Acnur/B. Sokol)

Fonte: Do G1, em São Paulo


FREIRA CONGOLESA VENCE PRÊMIO


FREIRA CONGOLESA VENCE PRÊMIO DE AGÊNCIA DA ONU PARA REFUGIADOS


Prêmio Nansen reconhece serviços dedicados a este segmento da população. Irmã Angélique Namaika já ajudou a transformar a vida de mais de 2 mil mulheres na República Democrática do Congo

A Irmã Angelique Namaika é a ganhadora do Prêmio Nansen para Refugiados 2013. Tolerante e incansável, esta freira católica é uma inspiração não apenas para a população congolesa, mas também para o ACNUR e a comunidade internacional. Foto: ACNUR/B.Sokol
A Irmã Angelique Namaika é a ganhadora do Prêmio Nansen para Refugiados 2013. Tolerante e incansável, esta freira católica é uma inspiração não apenas para a população congolesa, mas também para o ACNUR e a comunidade internacional. Foto: ACNUR


O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) anunciou nesta terça-feira (17) a ganhadora do Prêmio Nansen 2013: uma freira congolesa que atua na região nordeste da República Democrática do Congo (RDC) ajudando milhares de mulheres que são vítimas da brutal violência sexual e de gênero praticada pelo Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês) e outros grupos.

Líder do Centro para Reintegração e Desenvolvimento, a Irmã Angélique Namaika já ajudou a transformar a vida de mais de duas mil mulheres e meninas que foram abusadas e forçadas a deixar suas casas. A maioria destas mulheres protagonizam histórias de sequestro, trabalho forçado, espancamento, assassinato e outras violações de direitos humanos. Muitas vezes elas ainda são isoladas e discriminadas por seus próprios familiares e comunidades devido à violência que sofreram.

O trabalho feito por Namaika é fundamental para a recuperação dos traumas na vida dessas meninas e mulheres. É preciso um cuidado especial para conseguir que elas curem suas feridas e reconstruam suas vidas. Através de atividades que geram renda, a Irmã Angélique ajuda essas mulheres a começarem um pequeno negócio ou a voltarem para a escola. Os depoimentos das mulheres atendidas pela Irmã transmitem o efeito do trabalho da freira em promover uma mudança em suas vidas, já que muitas delas a chamam de “mãe”.

“É muito difícil imaginar o sofrimento das mulheres e meninas vítimas do LRA, pois elas guardarão as cicatrizes desta violência por toda a vida”, disse a Irmã Angélique Namaika. Segundo ela, o prêmio “ajudará mais pessoas deslocadas em Dungu a recomeçarem suas vidas. Jamais vou parar de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para dar-lhes esperança e uma chance de viver de novo”.

Em 2009 a irmã Angélique também foi vítima da violência do LRA e foi obrigada a deixar sua casa e se deslocar de Dungu, onde morava. Parte da sua motivação vem do seu próprio sofrimento.

Foto: ACNUR/B.Sokol
Foto: ACNUR/B.Sokol


“A vida destas mulheres foi destruída pela brutal violência do deslocamento. A Irmã Angélique prova que uma única pessoa pode fazer uma enorme diferença na vida das famílias separadas pela guerra. Ela é uma verdadeira heroína humanitária”, disse o alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres.


A Irmã Angélique Namaika receberá a Medalha e o Prêmio Nansen de Refugiados no dia 30 de setembro em uma cerimônia em Genebra. O evento contará com um discurso do escritor brasileiro Paulo Coelho, apresentações da cantora e compositora inglesa Dido, da cantora e compositora malaia Yuna e dos músicos malineses Amadou e Mariam, indicados ao Grammy.

Após a cerimônia, a Irmã Angélique viajará a Roma, onde será recebida no Vaticano pelo Papa Francisco no dia 2 de outubro, antes de seguir para Paris, Bruxelas e Oslo para outros encontros.

http://youtu.be/bcVihpmZWuA

Fonte: https://nacoesunidas.org/freira-congolesa-vence-premio-de-agencia-da-onu-para-refugiados/