terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A BRASILEIRA E AS AFEGÃS

A BRASILEIRA E AS AFEGÃS


Por D. César, DA MISSÃO INTERSERVE BRASIL-CEM


A capa da revista Veja de 19 de maio traz uma rica e bem apresentável mulher brasileira e, no canto superior esquerdo, duas mulheres afegãs cobertas pela típica burca azul.

A brasileira ilustra a reportagem de capa de 15 páginas "O milionário mora ao lado". As afegãs ilustram a reportagem de mesmo número de páginas "Afeganistão – um inferno para as mulheres". A primeira reportagem afirma que seis brasileiros de classe média se tornam milionários a cada hora – em outras palavras, temos um novo milionário a cada 10 minutos no Brasil. Incrível.

A segunda reportagem afirma que 57% das afegãs se casam antes da idade mínima permitida por lei, de 16 anos – e, claro, com maridos geralmente mais velhos, escolhidos por outros.
Incrível também.

No Afeganistão apenas 15% das mulheres com mais de 15 anos sabem ler e escrever.

Mais incrível ainda é saber que 87% das desnutridas afegãs sofrem violência física, sexual ou psicológica – 82% destas dos próprios familiares (leiam-se maridos, na maior parte dos casos).

Não dá para continuar insensível. Só não vê quem não quer.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. A capa da revista é uma pregação por si mesma.

O contraste atesta mais uma vez que o Brasil evangélico de hoje tem condições e obrigações de fazer muito mais pelos seus pobres e pelos pobres do mundo afora. Ainda mais os pobres que não conhecem a graça redentora de Jesus. Pelo menos por amor e temor a Deus, criador de todos neste mundo, e por gratidão àqueles que deixaram sua zona de conforto e vieram dividir conosco esta "maravilhosa graça" – não muitos anos atrás.

Está mais do que na hora de deixarmos de ouvir a vergonhosa estatística de que o brasileiro contribui, em média, com míseros R$ 2,30 para missões – o equivalente a um refrigerante por ano. Nós podemos e devemos ser e fazer muito mais do que isso.

Que Deus tenha misericórdia de nós.


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