Aos 20 anos, a judoca chegou ao topo do ranking mundial. A conquista revela o bom momento do judô feminino no Brasil
A gaúcha Mayra Aguiar era a caçula da delegação brasileira nos Jogos de Pequim em 2008. Aos 16 anos, a judoca seguia para sua primeira disputa olímpica. Apesar da pouca idade, pesavam a seu favor alguns anos de experiência – ela começou a treinar aos seis. Ainda naquele ano, Mayara já havia conquistado a medalha de ouro em uma das estapas da Copa do Mundo de Judô, depois de vencer, por ippon, adversários difíceis, como a italiana Ylenia Scapin (em 2008, Ylenia já somava dois bronzes em Olimpíadas e 11 medalhas de ouro em Copas do Mundo). O feito fez de Mayra um dos destaques do jornal britânico The Guardian, que a colocou em sua lista de jovens promessas para o esporte olímpico.
E a atleta não desapontou: 4 anos depois, Mayra alcançou o topo do ranking mundial em sua categoria (até 78 kg). A posição, garantida após a vitória no Grand Slam de Paris, em fevereiro, pegou a judoca de surpresa. Apesar de feliz, ela continua a treinar duro: “Acho que ali, na Olimpíada, todo mundo tem chances iguais de medalhar. E quem tiver mais cuidado com os detalhes é que vai ter vantagem”.
E a atleta não desapontou: 4 anos depois, Mayra alcançou o topo do ranking mundial em sua categoria (até 78 kg). A posição, garantida após a vitória no Grand Slam de Paris, em fevereiro, pegou a judoca de surpresa. Apesar de feliz, ela continua a treinar duro: “Acho que ali, na Olimpíada, todo mundo tem chances iguais de medalhar. E quem tiver mais cuidado com os detalhes é que vai ter vantagem”.
Em 2011, o judô feminino trouxe 2 medalhas de prata e dois bronzes do Pan-Americano de Guadalajara, mas deixou escapar o ouro. O desempenho desapontou a técnica da seleção brasileira, Rosicleia Campos, que ressaltou o bom nível técnico das atletas. Em 2012, o Brasil leva, pela primeira vez, uma equipe feminina completa para uma Olimpíada. E com atletas bem classificadas no ranking – além de Mayra, na primeira posição, há Sarah Menezes, 3º no ranking até 48 kg, e Erika Miranda, 6ª na categoria até 52 kg. A equipe vai animada. O sentimento geral é de que o judô feminino vive seu melhor momento: “Com esse primeiro lugar, a gente viu que é possível”, diz Mayra.
ÉPOCA - Você começou a treinar muito cedo, competiu em Pequim com apenas 16 anos. O que você faria se não fosse judoca?
Mayra Aguiar - Comecei aos 6 anos. Com certeza, se eu não estivesse no judô, eu estaria em outro esporte. Mudou completamente minha vida, toda a minha rotina é voltada para os treinos.
ÉPOCA - O primeiro lugar no ranking te pegou de surpresa?
Mayra Aguiar - Pegou. Pior que pegou. Porque eu acompanhava mas não ficava ali, fazendo as contas. Então, quando chegou a notícia, me pegou de surpresa.
Mayra Aguiar - Pegou. Pior que pegou. Porque eu acompanhava mas não ficava ali, fazendo as contas. Então, quando chegou a notícia, me pegou de surpresa.
ÉPOCA - Essa posição faz aumentar a pressão por medalha?
Mayra Aguiar - Eu acho que ali, na Olimpíada, todo mundo tem chances iguais de medalhar. E quem tiver mais cuidado com os detalhes é que vai ter vantagem. Então eu tento levar não como uma pressão, mas como um estímulo.
Mayra Aguiar - Eu acho que ali, na Olimpíada, todo mundo tem chances iguais de medalhar. E quem tiver mais cuidado com os detalhes é que vai ter vantagem. Então eu tento levar não como uma pressão, mas como um estímulo.
ÉPOCA - Caso continue como número 1, você pode enfrentar a segunda no ranking, a japonesa Akari Ogata, em uma possível final. Como você está se preparando para o confronto?
Mayra Aguiar - Eu nunca a venci. A gente faz um treinamento técnico voltado para cada adversário e as 5 primeiras acabam sendo analisadas.
Mayra Aguiar - Eu nunca a venci. A gente faz um treinamento técnico voltado para cada adversário e as 5 primeiras acabam sendo analisadas.
ÉPOCA - Mas suas lutas costumam ser rápidas. A semifinal em Paris veio com pouco mais de 1 minuto contra uma adversária difícil.
Mayra Aguiar - Eu vou bastante em busca do ippon. Isso é uma coisa que a gente treina bastante e vai para a competição. Mas sempre tem aquelas lutas duras, como a com a americana [Kayla Harrison], que vão até o final. A gente se conhece bem, se enfrentou antes, então é uma luta bem travada.
ÉPOCA - Além da Ogata, há outros adversários fortes? Que atletas você tem estudado?
Mayra Aguiar - A americana [Kayla Harrison] e a francesa [Audrey Tcheum].
ÉPOCA - Como vai ser a preparação daqui até Londres?
Mayra Aguiar - Não vai mudar do que a gente estava fazendo antes. São 4 horas de treino por dia. Teria também um treinamento fora do Brasil e alguma competição internacional. E tem o Pan-americano no Canadá.
Mayra Aguiar - Não vai mudar do que a gente estava fazendo antes. São 4 horas de treino por dia. Teria também um treinamento fora do Brasil e alguma competição internacional. E tem o Pan-americano no Canadá.
ÉPOCA - Você já sabe onde vai ser o treino fora do Brasil?
Mayra Aguiar - Não, a gente ainda não sabe onde vai ser. Mas vai ter um treino internacional e o Pan-Americano em abril.
Mayra Aguiar - Não, a gente ainda não sabe onde vai ser. Mas vai ter um treino internacional e o Pan-Americano em abril.
ÉPOCA - O Brasil, pela primeira vez, leva uma equipe completa no judô feminino para os Jogos. Como está o clima entre as atletas?
Mayra Aguiar - Está super bom. Acho que o judô feminino vem evoluindo muito. E a gente está muito animada, sempre dando força uma a outra, a conquista de uma é sempre uma conquista de todas. E agora, com esse primeiro lugar, a gente viu que é possível.
ÉPOCA - Ao final de uma vitória [na final do Masters de Judô, no Cazaquistão, em Janeiro], você comemorou dançando “Ai se eu te pego”, e isso trouxe alguns problemas com o namorado.
Mayra Aguiar - [Risos] Ele riu até. Deve ter achado engraçado. Devem ter sacaneado ele: ‘ah, ela ta lá, fazendo ai se eu te pego para a arquibancada’.
ÉPOCA - A comemoração em Londres vai vir acompanhada por mais Michel Teló?
Mayra Aguiar - Ah, não. Londres, se eu vencer, já falei para ele, vai ter até pirueta
ÉPOCA - A equipe brasileira é brincalhona?
Mayra Aguiar - Ah, é. É bastante descontraída. São competições complicadas, tem gente que perde peso até, então precisa ter essa harmonia na equipe.
ÉPOCA - O judô feminino voltou sem o ouro em Guadalajara, apesar de, segundo a equipe técnica, estar bem preparada para a competição. O que houve?
Mayra Aguiar - Acho até que a equipe feminina não foi muito bem. Mas é uma competição mais complicada para o feminino, porque tem as cubanas, que são muito fortes e, na minha categoria, tem a americana. E até nos levaram no clima ‘esse não é o objetivo, o objetivo é Londres’. Então a gente não chegou com uma antecedência muito grande. Mas dei meu máximo lá. Tem que levar como uma bagagem.
ÉPOCA - O Leandro Guilheiro destacou a carga emocional dos Jogos como um dos principais adversários dos atletas. Como andam os nervos para Londres?
Mayra Aguiar - Estou super bem como estou, com o que está acontecendo. Mas sei também que é uma competição complicada e que, se não der, não vai ser a última competição.
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