quinta-feira, 10 de outubro de 2013

ATIVISTA PAQUISTANESA MALALA VENCE PRÊMIO

10/10/2013 - 08h34



ATIVISTA PAQUISTANESA MALALA VENCE PRÊMIO DE DIREITOS HUMANOS DO PARLAMENTO EUROPEU




Malala Yousafzai, paquistanesa que foi baleada na cabeça pelo Talibã por defender a educação das meninas, fala na abertura da Biblioteca de Birmingham, no centro de Inglaterra






DA EFE

A menina paquistanesa Malala Yousafzai baleada por talebans por defender o direito universal à educação, ganhou nesta quinta-feira (10) o prêmio Sakharov 2013 de Liberdade de Expressão.

Os líderes dos grupos políticos da Eurocâmara votaram unanimamente em Malala, 16, que é considerada uma forte candidata a ganhar também o prêmio Nobel da Paz, a ser entregue nesta sexta-feira.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse que estava satisfeito e que Malala é uma "menina que demonstrou ter mais coragem do que muitos adultos".

"Malala tem coragem de levantar a voz pelos direitos das meninas e além disso encoraja as pessoas a seguirem seu exemplo apesar de viver em mundo dominado pelos homens", acrescentou.


Malala em foto divulgada pelo Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, na quinta-feira, 8 de novembro.



Luke MacGregor/Reuters

Malala Yousafzai durante evento em Londres; ela defende o 
diálogo com o Taleban como forma de alcançar a 
paz no Paquistão


Malala Yousafzai durante evento em Londres; ela defende o diálogo com o Taleban como forma de alcançar a paz no Paquistão


A adolescente de 16 anos sobreviveu em outubro de 2012 a um atentado praticado por talebans, que a atacaram por defender a educação feminina em seu país. Atualmente, ela vive na cidade inglesa de Birmingham.

Os algozes da garota afirmaram que ela "naõ fez nada" para mercer o prêmio. "Ganha prêmios porque trabalha contra o Islã. Os talebans tomarão Malala como alvo tanto se estiver nos Estados Unidos quanto no Reino Unido", disse Shahidullah Shahid, porta-voz do taleban paquistânes.





Malala disputava o prêmio com o ex-prestador de serviços da CIA Edward Snowden, nome proposto pela esquerda progressista e os Verdes da Eurocâmara.

Nascida em 1997 em Mingora, a paquistanesa é a mais jovem vencedora da história do tradicional prêmio europeu.

O prêmio Sakharov 2013 será entregue neste mês, em Estrasburgo (França), em uma sessão do Parlamento Europeu.



Malala vence prêmio de direitos humanos concedido por Parlamento Europeu


O prêmio europeu, atribuído anualmente em memória do físico e dissidente soviético Andrei Sakharov, concede ao vencedor uma premiação no valor de 50.000 euros (cerca de 150.000 reais). Os líderes dos grupos políticos da parlamento votaram unanimemente em Malala. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse que estava satisfeito e que a vencedora é uma "menina que demonstrou ter mais coragem do que muitos adultos". "Malala tem coragem de levantar a voz pelos direitos das meninas e, além disso, encoraja as pessoas a seguirem seu exemplo, apesar de viver em mundo dominado pelos homens", acrescentou. A paquistanesa tornou-se a mais jovem vencedora da tradicional premiação. O prêmio Sakharov 2013 será entregue em novembro, em Estrasburgo, na França, em uma sessão do Parlamento Europeu. 

A jovem militante paquistanesa Malala Yusafzai, de 16 anos, é a vencedora do prestigioso Prêmio Sakharov.

Malala foi alvo de reconhecimento internacional e de ameaças de morte quando passou a denunciar atrocidades do Talibã há quatro anos em um blog na rede britânica BBC. Hoje ela vive na Grã-Bretanha. Em entrevista concedida nesta semana à BBC, afirmou que deseja entrar para a política para mudar seu país - e expressou seu apoio ao diálogo com os talibãs, embora tenha declarado que isso era um tema do governo. Ela vivia numa região do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão, onde militantes islâmicos costumam incendiar escolas femininas e aterrorizar a população. Os pais de Malala seguem valores conservadores, comuns na região, mas repudiam a “talibanização” e encorajaram a filha a estudar (o pai era diretor da escola em que ela estudava).

Blogueira paquistanesa é candidata ao Nobel da Paz

Apesar das ameaças, Malala reiterou seu desejo de voltar ao Paquistão. Ela foi levada para a Grã-Bretanha após o atentado e lá frequenta a escola. "O mal de nossa sociedade e de nosso país", declarou, em referência ao Paquistão, "é que sempre esperam que venha outra pessoa para consertar as coisas". Malala admitiu que a Grã-Bretanha causou em sua família uma grande impressão, "especialmente em minha mãe, porque nunca havíamos visto mulheres tão livres: vão a qualquer mercado, sozinhas, sem homens, sem os irmãos ou os pais".
(Com agência EFE)

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