segunda-feira, 16 de maio de 2016

A MULHER DE JÓ: RÉU OU INOCENTE?


A mulher de Jó: Réu ou Inocente?


Por Enilson Heiderick

O livro de Jó, considerado o mais antigo livro das escrituras, inicia falando da prosperidade de Jó e de seu relacionamento com Deus que, conversando com Satanás, cobre Jó de elogios. O Acusador não perde a oportunidade de alfinetar o Altíssimo e põe em dúvida se tal fidelidade não é mais fruto de uma barganha do que de intimidade verdadeira. Ao ser provocado, Deus permite que Satanás tenha poder para atormentar a vida de Jó e assim provar qual a origem da sua fidelidade. Começa aí o seu infortúnio.

Neste grande drama há alguns personagens que vão buscar durante o decorrer da história encontrar respostas para o sofrimento de Jó e, por extensão, debater sobre a origem do sofrimento humano em um mundo governado por um Deus justo e bom. Zofar, Bildade e Elifaz se revezam em discursos que ora insinua, ora afirma que deve existir algum pecado em Jó, nem que seja oculto, e que seu sofrimento é justo, pois de Deus não se pode esperar outra coisa. Tais discursos são rebatidos por Jó que reafirma reiteradamente sua inocência e continua a se perguntar sobre o porquê de seu sofrimento. O jovem Eliú faz um apanhado geral enfatizando a soberania e sabedoria de Deus condenando todos os demais, tanto os amigos, quanto o próprio Jó. Por último o próprio Soberano do universo se revela a Jó e não lhe dá resposta alguma, a não ser reafirmar sua soberania o que, paradoxalmente, é resposta mais que suficiente para Jó que ao final responde “antes te conhecia só por ouvir falar, mas agora meus olhos te vêem”.

A mulher de Jó, esta mulher sem nome, como tantas outras mulheres da Bíblia – lembremos que até mesmo aquela que ungiu Jesus com alabastro e da qual Cristo disse que jamais seria esquecida por causa do seu gesto, também permanece anônima – era apenas uma coadjuvante.

De todos os personagens da narrativa, ela é quem tem a menor fala e menor espaço para se expressar. Não foi dado a ela o mesmo destaque dado aos discursos eloquentes e vazios de Zofar, Bildade, Elifaz, nem teve a honra de ser a última a discursar, como o jovem Eliú. Sua participação foi um átimo, um único versículo que serviu para encerrá-la para sempre no panteão das mulheres vilãs da Bíblia com a companhia nada honrosa de Jezabel, Safira, a mulher de Ló – mais uma anônima – e outras menos cotadas.

No imaginário judeu/cristão a mulher de Jó sempre foi considerada como o protótipo da mulher insana, afetada, sem juízo, e antagônica a seu marido. Tudo por causa de sua única fala.

Como eu não estou aqui para ser mais um a jogar pedras, gostaria de mais uma vez, como sempre fazemos aqui no nosso espaço, convidar você a me acompanhar em mais uma viagem para além da tradição e dar a esta mulher o benefício da dúvida, nos permitindo entrever algo de belo em seu gesto e nos surpreender com uma inesperada lição da graça de Deus, mesmo quando Ele permite algo que para muitos de nós soa contraditório.

“Amaldiçoa seu Deus e morre”. Esta foi a frase que fez com que ela caísse em desgraça aos nossos olhos. Uma única frase, perdida lá no versículo nove do capítulo dois do livro, mas que serviu de argumento para o seu linchamento moral. Linchamento moral é algo que fazemos com enorme facilidade, mas que tal irmos para além da frase? Que tal buscarmos as motivações que a levaram a esta atitude extrema? Que tal averiguarmos se esta mulher é tão indigna e condenável para Deus quanto os nossos julgamentos determinam?

A mulher de Jó não é alguém que aparece do nada na história, não é uma transeunte que passa aleatoriamente e resolve dar sua opinião, não é sequer como os amigos de Jó que se compadeceram dele e lhe fizeram companhia, mas que depois disso iriam para suas casas e suas vidas. Não, ela era a pessoa mais próxima de Jó. E se Jó sofreu com os infortúnios que caíram sobre ele, ela também sofreu junto e amargou todas as perdas. Diferente dos amigos de Jó, ela estava padecendo conjuntamente do mesmo mal que se abateu sobre seu marido. Ela perdera seus filhos, sua casa, seus bens, sua dignidade e, naquele momento, via o homem a quem havia devotado uma vida ali, sobre um monturo, cheio de chagas malignas que iam da cabeça aos pés, coçando-se com um caco para aliviar sua agonia.

Nada mais injusto! Pensava ela.

Mais do que ninguém ela sabia da injustiça daquela punição. Era ela quem presenciava quando Jó chamava seus dez filhos para os santificarem, mesmo já sendo adultos. Era ela quem acordava à noite, tocava na cama procurando seu marido e não o encontrava, ia achá-lo na madrugada fazendo sacrifícios a Deus por amor à vida de seus filhos, que foram mortos todos de uma vez sem razão aparente. Era ela quem presenciava dia a dia a integridade e retidão de Jó em todas as coisas. Nos negócios, na família, entre os mais necessitados e na vida conjugal.

A mulher de Jó foi o único personagem que lhe reconheceu a inocência. E exatamente por não ver em seu marido falha alguma a ponto de receber tão grande punição é que ela se revolta em um desabafo desesperado, sim desabafo de quem vê sua vida ruir da noite para o dia, de quem tinha uma vida em paz e temor a Deus e que se vê saqueada, sem seus filhos, sem ter como se sustentar e vendo o homem a quem amava em agonia de morte.

“Assim como fala um louca, falas tu” é a repreensão que ela ouve de Jó e, após ouvir estas palavras, cala-se, não contra-argumento, nem rebate, apenas cala-se, como a reconhecer seu erro, ao contrário dos amigos que em nenhum momento deram descanso e só foram reconhecer o mal que fizeram depois que o próprio Deus ordenou.

A mulher de Jó representa este grito angustiado que eu e você temos no peito todas as vezes que sofremos as injustas peças pregadas pela vida. É a voz que clama por um mundo em que haja algum tipo de lógica, em que os maus sejam efetivamente punidos e os bons recebam de Deus benevolência. Ela é a porta-voz que nos mostra que nem sempre as coisas fazem sentido, que injustiças acontecem com pessoas boas e a nossa teologia nem sempre consegue responder. É a testemunha de que todos nós, em algum momento da vida, também nos revoltamos contra Deus.

Enfim, ela é muito parecida conosco, talvez por isso nós a repudiamos. Pois somos tão envolvidos e contaminados por idealizações que não reconhecemos quando vemos nossa própria face no espelho.

Mas, apesar de todos os nossos preconceitos e condenações. Apesar de todo o estigma que ela sofreu posteriormente. Deus, que é quem verdadeiramente sonda e conhece os corações e as motivações, honrou-a ainda em vida. Sim, pois Deus devolveu-lhe a saúde do marido, restituiu-lhe os bens e, suprema honra para as mulheres da antiguidade, deu-lhe mais dez filhos.

E, para confirmar que Ele entende nossas angústias e dúvidas mais do que nós mesmos gostamos de reconhecer e que Sua graça alcança até mesmo àqueles que para nós são execráveis, Ele, o Único a quem cabe estabelecer justiça, não lançou nenhuma palavra de crítica ou de condenação a esta louca mulher que teve a coragem de expressar livremente sua dor.



Pastora, Maria Valda


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SARA




Far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma benção. Génesis 12:2.

Foi feita a Abraão a promessa de uma posteridade numerosa e de grandeza nacional, promessa especialmente acatada pelo povo daquela época e a isto acrescentou-se esta certeza, mais preciosa do que todas as outras para o herdeiro da fé, de que o Redentor do mundo viria de sua linhagem: “Em ti serão benditas todas as famílias da Terra”. Génesis 12:2,3

Quando Abraão tinha quase cem anos de idade, a promessa de um filho foi-lhe repetida, com a informação de que o futuro herdeiro seria filho de Sara. Mas Abraão ainda não compreendeu a promessa. Sua mente de pronto volveu para Ismael, apegando-se à crença de que por meio dele os propósitos graciosos de Deus deveriam cumprir-se. Em sua afeição para com o filho, exclamou: “Oxalá que viva Ismael diante de Teu rosto”. Gênesis 17:18-20. De novo foi feita a promessa, com palavras que não poderiam ser mal compreendidas: “Na verdade, Sara tua mulher te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei o Meu concerto. ” […] E Sara riu, não acreditando na promessa do Senhor (Génesis 17:18).

O nascimento de Isaque, trazendo a realização de suas mais caras esperanças, após uma espera da duração de uma vida, encheu de alegria as tendas de Abraão e Sara. […]

Tanto Abraão como Sara não confiaram no poder de Deus, e foi este erro que determinou o casamento com Hagar.

Como Sara, muitas vezes você pode achar que os planos de Deus são engraçados e sentir vontade de rir, mas lembre-se que Deus nunca ri dos nossos obstáculos. Com Ele tudo é possível.



Fonte: Filhas de Deus, Ellen White.
Daughters of Grace, Trudy J. Morgan-Cole.



Pastora, Maria Valda




MULHERES PROEMINENTES DA BÍBLIA


MULHERES PROEMINENTES DA BÍBLIA

 



A mulher jamais deixou te ter o seu lugar no plano de Deus. A Bíblia expõe exemplos de mulheres de grande valor, que desempenharam papéis de relevância na história do povo de Deus.


O Propósito de Deus para a Mulher
A mulher é introduzida na narrativa do Antigo Testamento como auxiliadora do homem e sua companheira (Gn 2.18,20).

– Co-Regente
– Coparticipação
– Corresponsabilidade

– Submissão e Obediência

A MULHER Conforme as Leis Hebraicas


De acordo com as leis hebraicas a mulher deveria ser:
– Honrada (Êx 20.12,17)

– Respeitada (Lv 19.3)
– Obedecida (Dt 21.18)
– Considerada em sua casa, dando nome aos filhos, e responsabilizando-se por sua educação primária.


A mulher frequentava os cultos de adoração a Deus e até levava suas ofertas para sacrifícios. Na antiga nação de Israel elas eram consideradas como membro da Família da Fé e podiam entrar na maior parte das áreas de adoração.

A lei determinava que os homens se apresentassem diante do Senhor três vezes por ano; e as mulheres acompanhavam seus maridos em algumas ocasiões (Dt 29.10-12; Ne 8.2; Jl 2.16), mas não era exigido para elas devido aos seus deveres domésticos de esposas e mães. O homem como cabeça da família é quem apresentava os sacrifícios e as ofertas em nome de toda a família (Lv 1.1), mas a esposa poderia estar presente.

Um sacrifício que somente as mulheres davam ao Senhor era oferecido após o nascimento de uma criança (Lv 12.6). As mulheres também participavam da Festa dos Tabernáculos (Dt 16.14).

Ao procurar dedicar-se especialmente à adoração ao Senhor, a mulher também podia assumir o voto do Nazireado, separando-se dos outros mantendo seus cabelos compridos, e à semelhança do sacerdote oficiante, renunciava o vinho para que pudesse aproximar-se de Deus de um modo mais digno.

Com o passar dos séculos foi crescendo a tendência, sob o ensino rabínico, de tornar o homem mais proeminente do que a mulher, eliminando pouco a pouco a posição da mulher como auxiliadora e companheira do homem, conforme em Gn 2.18,20. Embora isso tenha ocorrido, a Bíblia expõe muitos exemplos de mulheres que ao serem chamadas ou escolhidas por Deus cumpriram com determinação o seu papel.


A Mulher em Destaque no Antigo Testamento

– Eva
– Miriã
– Débora
– Hulda
– A esposa de Isaías
– A mulher virtuosa de Pv 31.


A Mulher em Destaque no Novo Testamento


As Mulheres na História e na Vida de Cristo
– Maria, mãe de Jesus
– Ana, uma profetisa
– A mulher junto à fonte de Jacó
– Mulheres que sustentavam o ministério de Jesus
– Mulheres ao lado da cruz

As Mulheres e a Grande Comissão
– Os sinais e milagre deveriam seguir homens e mulheres
– As mulheres autorizadas a testemunhar

 

As Mulheres Gentias e o Evangelho
– Lídia
– Priscila
– As filhas de Filipe
– Febe
– Júnia
– Evódia e Síntique
– A Senhora Eleita
– Jezabel, a falsa profetiza




Minha Conclusão - Apesar de todas estas mulheres terem uma ocupação na obra de Deus, mesmo na época do Novo Testamento as mulheres não eram muito ativas na adoração no templo ou na sinagoga. Muito embora houvesse uma área especial no templo conhecida como “Átrio das Mulheres”, não se permitiam que elas entrassem no átrio interno. Fontes extra bíblicas informam que não era permitido que as mulheres lessem ou falassem na sinagoga, apenas podiam sentar-se e ouvir a sessão especial das mulheres.

Na época de Jesus, no templo, haviam seis átrios e salões separados enfatizando as distinções de classes de pessoas para as práticas religiosas. Mas na obra redentora de Cristo, todas as barreiras foram derrubadas, e todos os crentes homens e mulheres, independentemente de cor, raça, etnia, sexo ou classe social tem acesso a Deus (Gl 3.28).
Deus nos abençoe!


Rosilene Araújo Pontes
 Por Rosilene A. Pontes

Fonte> http://www.searanews.com.br/mulheres-proeminentes-da-biblia/
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     Pastora, Maria Valda