publicado em 02/04/2011 às 18h05:
Primeira-dama da Guatemala Sandra Torres beija o marido, Álvaro Colom, durante comício em janeiro de 2011. Ela chegou a afirmar que tem mais amor pelo país do que pelo marido
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A Justiça da Guatemala determinou a interrupção do processo de divórcio entre o presidente do país, Álvaro Colom, e sua esposa, Sandra Torres, para que a primeira-dama possa se candidatar à Presidência, informaram neste sábado (2) fontes judiciais do país.
Um porta-voz da Corte Suprema de Justiça disse a jornalistas que a 3ª Sala da Vara Cível “aceitou dar trâmite” a um recurso promovido por um grupo de jovens universitários.
- Os juízes da Sala devem decidir nas próximas horas se aceitam ou rejeitam o recurso dos peticionários, mas, de qualquer forma, o processo de divórcio fica suspenso até que haja uma resolução a respeito.
Os estudantes, que atuam de forma voluntária, pretendem impedir o divórcio do casal presidencial por considerá-lo uma farsa para burlar a norma constitucional que proíbe Sandra Torres de concorrer à Presidência da Guatemala.
Dos mais de sete recursos e ações judiciais colocadas na Justiça por diversos setores para interromper o divórcio, este é o único aceito até agora.
Juíza encarregada do caso recebeu ameaças de morte
A decisão foi tomada depois de a juíza Mildred Roca, encarregada do caso, denunciar na sexta-feira (1) ter recebido ameaças de morte por parte de um desconhecido.
Ela disse ter recebido uma ligação anônima de uma pessoa que afirmava ser membro de um “grupo de defesa da Constituição”, lhe advertindo que teria um membro de sua família executado caso emitisse algum pronunciamento sobre o divórcio do casal.
A magistrada tinha previsto emitir na sexta-feira a sentença definitiva do processo iniciado em 11 de março pelo casal presidencial, cuja separação legal permitirá a Sandra Torres concorrer à Presidência nas eleições de setembro.
Após a denúncia, a Corte Suprema de Justiça redobrou a segurança da juíza e pediu ao Ministério Público iniciar uma investigação para determinar a origem das ameaças.
O divórcio do casal presidencial suscitou uma avalanche de críticas por parte de diversos setores conservadores da sociedade guatemalteca, bem como de líderes da oposição e juristas que promoveram, sem sucesso, diversos recursos legais para evitar o divórcio.
A primeira-dama da Guatemala anunciou em 8 de março sua decisão de concorrer como candidata presidencial pelo partido governista União Nacional da Esperança (UNE) nas eleições de setembro, embora a Constituição a proíba de fazê-lo pelo parentesco legal que mantém com Colom.
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