Por que a Convenção Batista Brasileira não aceita mulheres como pastoras? Essa é uma pergunta recorrente cuja resposta nem sempre é a verdadeira. Dia desses respondi o questionário de um seminarista, que inclusive já havia entrevistado o diretor executivo da convenção batista do seu estado, que havia afirmado que a CBB não aceita pastoras. As perguntas e as respectivas respostas, que elucidam algumas dúvidas, estão a seguir:
R. – Já somos mais de 140 pastoras e acredito que muitas outras pastoras serão ordenadas porque Deus continua chamando mulheres e as igrejas têm aberto as portas para que elas possam exercer seus ministérios.
2. Mesmo Sem a Autorização da Convenção Batista, as Pessoas Continuam Ordenando Pastoras. O Que a Senhora Acha no Futuro, digo, daqui a cem anos.
Rp. A conclusão está errada. A Convenção Batista Brasileira aceita pastoras. Foi aprovado em 1999, em Serra Negra, um parecer em que a CBB reconhece que quem ordena pastoras (ou pastores) é a igreja. A CBB entende que ordenar pastores/pastoras é uma questão da igreja local e não da estrutura da CBB, tanto que eu, por exemplo, tenho, como pastora, uma coluna em O Jornal Batista (Caminhos da Mulher de Deus). Se a CBB fosse contra eu não escreveria no Jornal oficial da denominação. Portanto, se a igreja quer ordenar uma pastora a CBB não interfere e também não acha que isto é contra os princípios da CBB. Quem não aceita o ingresso das pastoras é a OPBB que é um órgão auxiliar e, mesmo assim, temos um grupo de pastoras que já tem a sua inscrição na OPBB, isto é, têm a carteira da OPBB. Acho que daqui a cem anos, e muito antes disso, esse assunto será tão normal quanto termos diaconisas em nossas igrejas hoje.
3. Os Batistas Ingleses Ordenam as Pastoras. Os Norte-Americanos Não. O Que a Senhora Pensa Disso?
R. Olha, os norte-americanos aceitam pastoras. Quem não aceita é a Convenção do Sul, o que é uma parte somente dos batistas dos EUA. Muitas outras convenções batistas daquele país aceitam pastoras. Os batistas ingleses já têm pastoras há muitas décadas. Acredito que a resistência ao ministério das pastoras é estritamente cultural, a uma discriminação de gênero, que permeia toda a nossa sociedade. Hoje, uma grande parte dos líderes mundiais aceitam pastoras. TRÊS QUARTOS DOS LÍDERES MUNDIAIS ACEITAM PASTORAS. Este artigo versa sobre o resultado surpreendente de uma pesquisa realizada com os 4.500 líderes evangélicos mundiais que participaram do Terceiro Congresso de Lausanne realizado na África do Sul, em outubro de 2010: 75% desses líderes acham que as mulheres podem ser admitidas no ministério pastoral, contra apenas 20% que acham que não. Então o mundo mudou e o pensamento a respeito das pastoras também.
4. Quando da Organização da Primeira Igreja Batista Pelos Missionários Norte-Americanos, As Mulheres não podiam falar na Igreja. Em nossos dias as Mulheres são Pastoras. O que a Senhora acha do Futuro?
R. Isso foi há mais de 150 anos. Naquele tempo não havia diaconisas, líderes de igrejas, a eclesiologia era outra e a teologia estava em outro estágio. Hoje as mulheres são líderes nas igrejas independentemente de serem pastoras ou não. Hoje há uma compreensão maior, um novo olhar teológico a respeito do papel das mulheres na liderança de igrejas.
5. Os Homens Jovens Solteiros Não Podiam Ser Pastores e Agora Podem. E as Mulheres Não Podem Ser Pastoras. O Que a Irmã Acha Disso?
R. As mulheres podem ser pastoras. O pressuposto está errado. Há uma resistência de uma parcela de pastores e igrejas. Tanto que já temos mais de 140 pastoras. E a CBB não é contra. Elas somente não podem ingressar na OPBB, ainda. Reafirmo que essas resistências não são teológicas, mas culturais.
6. Suas Conclusões
R. Minha conclusão é que o ministério pastoral feminino é uma realidade irreversível. Todos os seminários, de todas as denominações, preparam as mulheres para o ministério, reconhecendo que Deus vocaciona as mulheres também. A resistência é somente ao título de pastoras porque grande parte destas vocacionadas, na prática, exerce o ministério pastoral nas igrejas. Por isso que reafirmo que é uma questão de gênero, de preconceito cultural. À medida que essas barreiras forem sendo vencidas na sociedade, também as venceremos na igreja. Se os pastores, especialmente, fossem mais ensináveis, se refletíssemos mais a respeito das tradições, se tivéssemos um estudo teológico mais sadio e se fossemos mais sensíveis à ação do Espírito Santo, as pastoras não teriam as resistências que têm.
Disse que a resistência é cultural e nao teológica, no entanto, nao vi em suas respostas nenhum respaldo teológico, e em contra partida os dados sao vagos.
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