FREIRA
CONGOLESA VENCE PRÊMIO DE AGÊNCIA DA ONU PARA REFUGIADOS
Prêmio Nansen reconhece serviços dedicados a este
segmento da população. Irmã Angélique Namaika já ajudou a transformar a vida de
mais de 2 mil mulheres na República Democrática do Congo
A Irmã Angelique Namaika é a
ganhadora do Prêmio Nansen para Refugiados 2013. Tolerante e incansável, esta
freira católica é uma inspiração não apenas para a população congolesa, mas
também para o ACNUR e a comunidade internacional. Foto: ACNUR
O
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) anunciou nesta terça-feira (17) a
ganhadora do Prêmio Nansen 2013:
uma freira congolesa que atua na região nordeste da República Democrática do
Congo (RDC) ajudando milhares de mulheres que são vítimas da brutal violência
sexual e de gênero praticada pelo Exército de Resistência do Senhor (LRA, na
sigla em inglês) e outros grupos.
Líder
do Centro para Reintegração e Desenvolvimento, a Irmã Angélique Namaika já
ajudou a transformar a vida de mais de duas mil mulheres e meninas que foram
abusadas e forçadas a deixar suas casas. A maioria destas mulheres protagonizam
histórias de sequestro, trabalho forçado, espancamento, assassinato e outras
violações de direitos humanos. Muitas vezes elas ainda são isoladas e
discriminadas por seus próprios familiares e comunidades devido à violência que
sofreram.
O
trabalho feito por Namaika é fundamental para a recuperação dos traumas na vida
dessas meninas e mulheres. É preciso um cuidado especial para conseguir que
elas curem suas feridas e reconstruam suas vidas. Através de atividades que
geram renda, a Irmã Angélique ajuda essas mulheres a começarem um pequeno
negócio ou a voltarem para a escola. Os depoimentos das mulheres atendidas pela
Irmã transmitem o efeito do trabalho da freira em promover uma mudança em suas
vidas, já que muitas delas a chamam de “mãe”.
“É
muito difícil imaginar o sofrimento das mulheres e meninas vítimas do LRA, pois
elas guardarão as cicatrizes desta violência por toda a vida”, disse a Irmã
Angélique Namaika. Segundo ela, o prêmio “ajudará mais pessoas deslocadas em
Dungu a recomeçarem suas vidas. Jamais vou parar de fazer tudo o que estiver ao
meu alcance para dar-lhes esperança e uma chance de viver de novo”.
Em
2009 a irmã Angélique também foi vítima da violência do LRA e foi obrigada a
deixar sua casa e se deslocar de Dungu, onde morava. Parte da sua motivação vem
do seu próprio sofrimento.
Foto: ACNUR/B.Sokol
“A
vida destas mulheres foi destruída pela brutal violência do deslocamento. A
Irmã Angélique prova que uma única pessoa pode fazer uma enorme diferença na
vida das famílias separadas pela guerra. Ela é uma verdadeira heroína
humanitária”, disse o alto comissário das Nações Unidas para Refugiados,
António Guterres.
A
Irmã Angélique Namaika receberá a Medalha e o Prêmio Nansen de Refugiados no
dia 30 de setembro em uma cerimônia em Genebra. O evento contará com um
discurso do escritor brasileiro Paulo Coelho, apresentações da cantora e
compositora inglesa Dido, da cantora e compositora malaia Yuna e dos músicos
malineses Amadou e Mariam, indicados ao Grammy.
Após
a cerimônia, a Irmã Angélique viajará a Roma, onde será recebida no Vaticano
pelo Papa Francisco no dia 2 de outubro, antes de seguir para Paris, Bruxelas e
Oslo para outros encontros.
http://youtu.be/bcVihpmZWuA
Fonte: https://nacoesunidas.org/freira-congolesa-vence-premio-de-agencia-da-onu-para-refugiados/
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