Angélique
Namaika ganhou o Prêmio Nansen, da agência para refugiados.
Freira já ajudou mais de duas
mil mulheres vítimas do grupo rebelde LRA.
Irmã Angélique Namaika é a vencedora do Prêmio
Nansen 2013 (Foto: Acnur/B. Sokol)
Ela já ajudou mais de duas mil mulheres vítimas do grupo guerrilheiro
Exército de Resistência do Senhor (LRA, em inglês), que atua em Uganda e na
República Democrática do Congo e nesta terça-feira (17), a freira congolesa
Angélique Namaika foi condecorada com o prêmio Nansen, oferecido pelo Alto
Comissariado da ONU para refugiados, o Acnur.
Angélique comanda, desde 2003 o Centro para Reintegração e
Desenvolvimento, onde oferece treinamento e acolhimento às mulheres que
sofreram abusos sexuais e agressões físicas e psicológicas. Ela foi uma
refugiada por causa da guerrilha, por quatro meses, e apesar de não ter sofrido
abusos, se mobilizou para ajudar. "Comecei esse trabalho pois quando era pequena
vi uma freira no meu vilarejo e fiquei inspirada por ela", disse Angélique
em entrevista por telefone ao G1.
Segundo o Acnur, desde 2008, aproximadamente 320 mil pessoas têm sido
forçadas a deixar a província Orientale (da DRC). Muitas meninas quando são
sequestradas são entregues aos rebeldes como 'esposas'. Há muitos casos de
agressões físicas e algumas tiveram os lábios cortados e sofreram outros tipos
de mutilação.
"Essas mulheres estão traumatizadas, são vulneráveis, tanto para
achar comida para a família quanto para mandar seus filhos para a escola",
contou Angélique.
O Prêmio Nansen tem o apoio dos governos da Suíça e da Noruega além da
Fundação Ikea, e dá ao ganhador a quantia de US$ 100 mil.
Irmã Angélique (de preto) ensina mulheres a
costurar na remota cidade de Dungu, uma das mais afetadas por deslocamento e
atividades do LRA na região nordeste da República Democrática do Congo (Foto:
Acnur/B. Sokol)
Fonte: Do G1, em São Paulo
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