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terça-feira, 21 de junho de 2016
O FUTURO DA CRIAÇÃO
Departamento de Educação Cristã
Pastora,
Maria Valda
26 de junho de 2016
Lição 13
O FUTURO DA CRIAÇÃO
Leitura Bíblica em Classe:
Isaías
65. 17 - 25
TEXTO ÁUREO
“E vi um novo céu e uma nova terra, porque já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe”.
(Apocalipse 21, 1a)
Objetivos
§
Compreender que,
assim como o ser humano necessita ser redimido de seu pecado, os demais
elementos da Natureza, que sofrem as consequências da Queda, necessitam de
redenção também;
§
Entender que
o desenvolvimento de regras e atividades conscientes, que visem a preservação
do ecossistema, torna-se imperativo na pós-modernidade como ferramenta
essencial à mordomia cristã;
§
Saber que,
na consumação dos séculos, quando todas as coisas forem redimidas em Cristo,
passaremos a viver em uma nova terra.
PALAVRA INTRODUTÓRIA: -
§ A Bíblia revela que o ser
humano foi criado à imagem e semelhança
de Deus para glorificá-Lo e para cuidar da Criação. O Senhor determinou que
Adão e Eva se multiplicasse, enchessem a terra, dominassem sobre todos os
animais (Gn 1. 28) e cultivassem o Éden (Gn 2. 15); mas além disso, também
ordenou que não comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois, no
dia em que dela comessem, certamente morreriam (Gn 2. 16, 17).
§ O primeiro casal, dando
ouvidos à voz do inimigo, sob a forma de uma serpente, desobedeceu à ordem
expressa de Deus (Gn 3. 1 -7); o pecado de Adão e a consequente queda da Primeira Aliança (Aliança Edênica)
estabelecida no Éden trouxeram consequências devastadoras não apenas para a
raça humana, mas para toda a Criação. (Gn 3. 1 7 – 19). A ordem
benéfica, santa e perfeita que fazia com que os poderes dos céus e da terra
permanecessem bons (Gn 1. 10,
12, 18, 21, 25, 31) foi estruturalmente abalada, de modo que, após a Queda, o
mundo e tudo o que nele há tem enfrentado contínua degradação (Rm 8. 22).
§ Assim como Deus interfere
na História, estabelecendo com os homens alianças com objetivo de salvá-los, Ele também deseja a
redenção e a libertação de toda a Criação.
§ Nesta oportunidade, será
possível compreender que os pactos de Deus não se restringem ao ser humano
somente, mas estendem-se a todo o Universo.
I.
OS PACTOS DE DEUS E A CRIAÇÃO
Desde a gênese do
Universo, o Eterno revela que já estreita relação entre Criação e Salvação: Observe
que, nos pactos bíblicos, a Natureza é um importante personagem-agente que, de
um modo ou de outro, inter-relaciona-se com o homem.
§
Aliança Edênica – O homem foi feito a partir do barro (Gn 2. 7), para cuidar de um jardim
(Gn 2. 15) e para servir-se dos produtos da natureza e de outras criaturas (Gn
1. 29, 30; 2. 16).
§
Aliança Adâmica – A
Natureza, cumprindo os desígnios divinos, passa a sofrer as consequências da
Queda (Gn 3. 17, 18).
§
Aliança Noética - Deus
estabelece um pacto com Noé, seus descendentes e os animais: Ele não voltaria a
destruir a Natureza por meio das águas de um dilúvio. Sua Criação não mais
seria exterminada em consequência do pecado humano (Gn 9. 9 – 12).
§
Aliança Abraâmica – Infere-se que a benção de Deus sobre todas as famílias da terra
estender-se-ia, também, a toda a Criação (Gn 12. 3; Rm 8. 19 – 21).
§
Aliança Mosaica – Na Torah, diversos trechos versam sobre os cuidados com a terra. Há
também disposições relacionadas à preservação da fauna (Dt 22. 6, 7, 10) e da
flora (Dt 20. 19, 20; 22. 9). A Lei Mosaica evidencia que nenhum elemento da
Natureza pertence aos homens, mas, sim, a Deus (Dt 10. 14).
§
Aliança Davídica – O grande rei israelita entendia que a Criação é obra de Deus, que o
louva e obedece (Sl 19. 1- 6), a despeito do pecado humano.
§
Nova Aliança – A Criação será
finalmente redimida; homens e animais viverão em paz, conforme era no começo
(Is 11. 6 -9; 65. 25).
1.1. A Criação
necessita ser Redimida
§
Adão levou a velha criação à
ruína, da qual ele era senhor e cabeça. Cristo levará à unidade moral com Deus,
e à vida eterna, toda a nova criação da qual Ele é o Senhor e Cabeça (Ef 1. 22
– 23). Até mesmo a criação animal e material, amaldiçoada por causa do homem
(Gn 3. 17), será libertada por Cristo (Is 11. 6 – 9).
§
Paulo fala de três gemidos diferentes: o da Criação (v.22), o dos crentes
(v. 23), e o do Espírito Santo
(v. 26). A “Criação”, (isto é, a Natureza
animada e inanimada) tornou-se
sujeita ao sofrimento e às catástrofes físicas, por causa do pecado humano (v.
20). Deus, portanto, determinou que a própria Natureza será redimida e recriada.
§ Haverá Novo Céu e Nova Terra; uma restauração de todas
as coisas, segundo a vontade de Deus (Ap 21. 1, 5), quando, então, os fiéis servos
de Deus receberão sua plena herança (Rm 8. 14, 23). É a Sétima Metamorfose da Terra. (Ap 21. 2 - 8).
1.2.
O
grande paradigma Moderno
As culturas de todo o mundo – incluindo as judaico-cristãs – respeitavam
a Natureza e tinham-na em alta estima; porém, a partir da Revolução Industrial - (Séculos
18 e 19), esta visão foi transformada pelos interesses egoístas e
mudou: o homem passou a enxergar nela um
meio de enriquecimento e de hegemonia bélica (para vencer os seus inimigos,
muitos países passaram a produzir armas e tecnologia em larga escala).
§
Como cristãos, não
podemos nos esquecer de que grande parte dos problemas climáticos e sociais
observados na modernidade deve-se à obsessão e à ganancia humanas. O Brasil,
especialmente, antes de crescer, precisa refletir sobre as consequências do
desenvolvimentismo, pois, a mentalidade psicopatológica vigente, se não
interrompida, levar-nos-á ao caos.
1.2.1.
Uma reflexão sobre o Capitalismo (capitalismo econ sistema econômico
baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liberdade de comércio
e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro).
Não se trata de
demonizar o capitalismo hodierno, que visa ao consumo desenfreado como forma de
autos sustentação. Contudo, precisamos, como filhos de Deus, refletir sobre o
fato de que o crescimento econômico a qualquer
custo exige, muitas vezes, a extração predatória dos recursos primários
da Natureza; e esta realidade abre as portas para um caminho sem volta.
§ Precisamos conscientizar-nos de que o antropocentrismo, definitivamente,
cerra as portas para a sustentabilidade.
II. DOUTRINA DA MORDOMIA DA CRIAÇÃO
Deus colocou-nos mordomos de
Sua Criação (Gn 2. 15); deste modo, todo o cristão tem o dever de cuidar e
proteger a Natureza. Na Teologia, essa obrigação recebe o nome de Doutrina
da Mordomia da Criação.
Não fomos postos neste planeta como proprietários
dele, mas como seus serviçais: apesar de podermos
usufruir de seus bens, temos a obrigação de guardá-lo e de fazê-lo prosperar.
2.1.
A relação que Deus
estabelece com a Terra e a Natureza
O Espírito do Senhor dá
a vida (Jó 33.4); é Ele quem sustenta o Universo pela palavra do Seu poder (Hb
1.3). Cada ser vivente, cada corpo celeste é amparado por Sua forte mão (Is 45.
5; Jó 37 – 40) e Seus olhos estão em todo lugar (Pv 15. 3); observando todo o
mal que o homem faz às Suas obras. Foi Deus quem criou a Terra, não o homem (Gn
1.1). A Criação inanimada dá
testemunho da soberania, do poder e do cuidado amoroso de Deus (Leão, 39. 39, 40; corvo, 38. 41; cabra montês,
39. 1 – 4; jumento selvagem, v. 5 –
8; boi selvagem, v. 9 – 12; avestruz, v. 13 – 18; cavalo, v. 19 – 25; falcão, v. 26, águia, v. 27 – 30). A Criação inanimada dá testemunho da soberania
e do poder de Deus (terra, v. 4 – 7,
18; mar, v. 8 – 11, 16; sol, v. 12 – 15; mundo do além, v. 17; luz e
trevas, v. 19, 20; clima, v. 22 – 30, 34 – 38; constelações, v. 31 – 33).
2.2.
A
relação que o homem deve estabelecer com a Terra e a Natureza
A Terra e os seres que nela habitam foram chamados à existência antes do homem. Ainda que tenhamos
recebido a incumbência de lavrá-la e cultivá-la (Gn 2. 15), nossa forma de subsistência
provém dela (Gn 1. 29, 30).
III. O FUTURO DA CRIAÇÃO
Mas, o que acontecerá à Natureza se a
destruição observada nos dias atuais não for interrompida?
O quadro global desenhado pela
comunidade científica é de total desespero; no entanto, assim como em todos os
pactos estabelecidos no transcurso da história da salvação, Deus reserva algo
especial para a Natureza no dia da redenção de todas as coisas. (Rm 8. 19 – 21).
3.1.
A recriação redentora
de Deus
O
pecado deu oportunidade ao homem de fazer o mal e de ser tomado por ele, e essa
condição é observada também no restante da Criação (Gn 3. 17b, 18; Rm 8. 22). O
profeta Isaías, no entanto, faz-nos saber que há uma promessa para a Natureza tão
bela quanto a promessa de redenção humana: o Autor da vida criará novos céus e
nova terra (Is 65. 17 - 25).
Na
consumação dos séculos, quando todas as coisas forem redimidas em Cristo,
passaremos a viver em uma nova terra, juntamente com Ele. Nessa nova Criação,
toda Sua glória será estabelecida; essa é a promessa do Apocalipse (Caps. 21;
22)
3.2.
Quatro coisas serão
feitas nos Novos Céus e a Nova Terra:
3.2.1.
Deus destruirá a terra atual, (Sl 102. 25, 26; Is 34. 4; 51. 6; Ag 2. 6;
Hb 12. 26 – 28; 2 Pe 3. 7, 10, 12);
3.2.2.
Deus criará novos céus e nova terra, (Is 51. 6; 65. 17; 66.22; Rm 8. 19 –
21; 2 Pe 3. 10 – 13; AP 21. 1 – 22 – 22. 6).
3.2.3.
Deus removerá todos os efeitos do pecado, (2 Pe 3. 13; Ap 21. 4; 22. 3,
15; Ap 21. 1 – 3);
3.2.4.
A nova terra se tornará o quartel-geral de Deus, (Ap 21. 1 – 13).
3.3.
Esta expressão, Novos Céus e Uma Nova Terra,
só é encontrada quatro vezes as
Escrituras, sendo usada duas vezes por Isaías (66. 17; 66. 22 – 24), uma vez
por Pedro (2 Pe 3. 10 – 13) e uma vez por João (Ap 21. 1 – 22. 5). Fazer novos
os céus e a terra é algo que se dará no fim do Milênio depois que toda a rebelião
cessar na terra, todos os inimigos forem destruídos e Deus tiver se tornado
tudo em todos novamente, como era antes do início da rebelião (Rm 8. 18 – 25; I
Co 15. 24 – 28; Ef 1. 10; 2 Pe 3. 10 - 13; Ap 21 - 22).
Conclusão:
- Por fim, não nos esqueçamos de que, por sermos mordomos, um dia, prestaremos
conta de tudo quanto fizemos e deixamos de fazer; e isto inclui nossos atos
relativos à Criação. Vamos reassumir nosso papel de administradores daquilo que
Ele chamou à existência por graça e compaixão.
Lição Elaborada por,
Pastora, Maria Valda
ADMEP
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