REGINA
RACCO: "Os assexuais têm parceiros, namoram e casam. Mas não há
relacionamento sexual"
Assexuais, eles vivem sem sexo!
Por REGINA
RACCO
Eles estão em toda
parte. No Brasil, uma comunidade no Orkut conta com mais de trezentos membros e
já chegaram ao Facebook. Formam um grupo diferente. Não curtem relacionamentos
sexuais. Nenhum problema com a libido e mantêm cada um a seu modo e em graus
variados bom sistema de autossatisfação. Mas essa é uma atividade pessoal e
íntima e nunca compartilhada com o parceiro.
Sim, eles têm parceiros,
namoram e casam! Partilham uma vida a dois sem, contudo, se unir sexualmente.
São amorosos, querem o encontro e a cumplicidade, mas, abrem totalmente mão do
sexo. São os Assexuais.
A característica da assexualidade é a ausência de atração sexual. Não
sentem desejo de se relacionar sexualmente uns com os outros. Namoram, amam e
vivem assim. Fazem parcerias entre eles e os relacionamentos são duradouros.
Poucos relatam brigas ou ciúmes, são serenos e seguros porque sabem que essa
escolha é, para eles, legítima e coerente.
Raramente se sabe de um
casal que tenha rompido o acordo e incluído o sexo em sua união, mas se isso
acontecer e houver reciprocidade, por que não? O que não é aceitável entre os
assexuais é que um dos parceiros “force a barra” com o outro para a quebra do
acordo. Essa é uma regra de conduta e deve ser respeitada.
Muitas vezes a pessoa se
descobre assexual já na vida adulta, depois de muito sofrimento, se
relacionando com outras pessoas sempre com a sensação de não gostar de sexo,
uma violência contra si mesmo. Muitos relatam a alegria e a sensação de
liberdade ao se descobrir assexual, isso porque antes, ao forçar uma atividade
contrária ao seu desejo, colhia muito mais insatisfação do que alegria e se é
assim que se sente, ótimo. E, como disse, há excitação e, assim, a satisfação
pessoal é possível.
Não há predominância de
sexo. Homens e mulheres podem se descobrir assexuais e aceitar a condição,
desenvolvendo a partir dessa “aceitação” novas regras de
conduta. Considero importante que a pessoa que não gosta de sexo a dois
(já que a autossatisfação é uma prática sexual), tente analisar-se
profundamente. Uma decepção amorosa, bloqueios, um trauma, podem fazer cessar o
desejo sexual por um tempo e um bom apoio psicológico pode ajudar essa pessoa
fazendo com que ela retome sua vida sexual normal.
O assexual gosta de
viver sem parceria sexual, não sente falta e é feliz assim. Amam melhor?
São mais desprendidos, já que na maioria inexiste o ciúme doentio e a
necessidade de possuir o outro? Talvez. O fato é que vivem normalmente, e, se
casados, são como qualquer casal, fora o sexo. Assim como heterossexuais
podem se descobrir homossexuais e vice-versa. Também não é condição que alguém
que se descubra assexual, não possa sentir que deseja voltar a ser sexual.
O que falei acima se
refere à parte moral, se a pessoa estiver dentro de um relacionamento. Importa
saber que eles existem, vivem, amam, se alegram e curtem a vida como qualquer
pessoa e devem ser respeitados como todos. E como disse o poeta: Toda forma de
amor vale a pena!
* Regina
Racco é professora de
ginástica íntima, autora dos livros: O livro de Ouro do Pompoarismo, A
Conquista do Prazer masculino e Pirulito e Outras Delícias, sexo para mestres
na arte da sedução - www.pompoarte.com.br
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